Folha de S. Paulo


Com chuva e greve do Metrô, trânsito em SP bate novo recorde

O trânsito em São Paulo voltou a bater recorde na manhã desta sexta-feira (6) com 214 km de vias congestionadas às 9h. Além da chuva que atinge boa parte da cidade, a greve dos metroviários, que entra no segundo dia consecutivo, fez com que mais pessoas tirassem os carros da garagem. O pior índice de trânsito do ano havia sido registrado na quinta (5) com 209 km de filas às 9h.

A lentidão ocorre por conta da greve de metroviários que prejudica o funcionamento das três principais linhas de metrô da cidade. A paralisação entrou hoje no segundo dia consecutivo. Por conta da paralisação, o rodízio municipal de veículos continua suspenso na cidade assim como ocorreu ontem. As piores regiões são a sul e a zona oeste com 66 km e 52 km, respectivamente.

De acordo com a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego), os 214 km de vias congestionadas representam 24,6% dos 868 km monitorados. A média para o horário é de 12,3%.

O trânsito fica ainda mais complicado na zona sul por conta de uma manifestação de sem-teto na avenida Interlagos. De acordo com a CET, o grupo bloqueia as três faixas da avenida Interlagos no sentido centro. Por volta das 8h30, o grupo está perto da praça Ministro Pedro Chaves.

A recomendação da CET é que os motoristas evitem passar pela região.

Os metroviários de São Paulo decidiram, em assembleia realizada na noite de ontem (5), manter a paralisação. A categoria participou de uma nova audiência com o Metrô durante a tarde, mas não chegou a um acordo.

Na reunião, os metroviários sugeriram reajuste de 12,2% –antes era 16,5%–, mas os representantes do Metrô afirmaram que não existe possibilidade financeira de conceder reajuste maior que 8,7%. O presidente do Metrô, Luiz Antonio Carvalho Pacheco, lembrou que o aumento nos benefícios resultarão em aumentos de 10,6% a 13,3%.

Também na audiência, os metroviários votaram se trabalhariam nesta sexta-feira contanto que fossem liberadas as catracas. Nessa hipótese, a categoria aceitava ter os salários descontados pelo dia. A medida, porém, só seria tomada caso o Metrô aceite a possibilidade.

Ao longo da tarde, responsáveis pelo Metrô rejeitaram a ideia e disseram que também não haveria chance de ser aceita no futuro.

Ao todo, 24 das 61 estações administradas pelo governo estadual permaneceram fechadas durante a quinta-feira.

Segundo o secretário de Transportes Metropolitanos de São Paulo, Jurandir Fernandes, 3,9 milhões de passageiros foram afetados diretamente pela greve ontem.

Com a paralisação, o sindicato que representa a categoria corre risco de pagar R$ 100 mil à Justiça, a qual determinou que 70% dos trens do metrô estejam em circulação nos horários normais e 100% nos horários de pico – 6h às 9h e das 16h às 19h.

O piso salarial dos metroviários é de R$ 1.323,55. A data-base é de 1º de maio.

Zanone Fraissat/Folhapress
Radial Leste totalmente parada na manhã desta sexta-feira, segundo dia de greve do metrô
Radial Leste totalmente parada na manhã desta sexta-feira, segundo dia de greve do metrô

GREVE MARROZINHOS

Os agentes de trânsito, que estavam em greve na quarta-feira (5), voltaram a trabalhar normalmente hoje. Na próxima terça-feira (10), a categoria fará uma nova assembleia para discutir se continuará a paralisação.

Ontem, com a greve e a suspensão do rodízio, a cidade registrou a maior lentidão do ano no período da manhã, chegando a 209 km de filas, às 9h. A situação foi agravada ainda pela greve dos agentes de trânsito. Algumas faixas reversíveis não foram montadas o que complica ainda mais o trânsito.

A prefeitura ofereceu um reajuste salarial de 8% e do vale-refeição de 12%. Os sindicalistas pedem que o aumento do salário seja de 12% e do vale-refeição de 25%. Eles também querem uma revisão do plano de carreira.

A inflação acumulada desde o último reajuste, em maio de 2013, foi de 6,3%. O piso é R$ 1.553,51 para 220 horas/mês. A data-base da categoria é 1º de maio.


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