Folha de S. Paulo


Sem chuvas em SP, Cantareira pode secar até outubro, diz grupo de risco

No pior cenário, a água do sistema Cantareira se esgotaria em outubro, segundo comunicado divulgado ontem (3/6) pelo grupo de crise formado por ANA (Agência Nacional de Águas) e DAEE (Departamento de Águas e Energia Elétrica do Estado).

O cálculo já inclui o "volume morto" —reserva de água abaixo da captação das represas, que começou a ser bombeada em 15 de maio— e considera uma vazão afluente (água que chega aos reservatórios) baixa, igual a 50% da mínima histórica do período.

A previsão do grupo —que conta com representantes da Sabesp— contraria o discurso da companhia e do governo do Estado, de que o abastecimento está garantido pelo menos até março. Em nota, a estatal afirma que a estimativa "não é a posição da Sabesp".

Para o governador Geraldo Alckmin (PSDB), o cálculo "não tem a menor procedência". "Temos uma reserva técnica de 182 milhões de metros cúbicos ['volume morto'], que nos levará até as chuvas", previstas para o verão.

Ontem, o volume útil das represas Jaguari-Jacareí, que juntas têm 82% da capacidade do Cantareira, secou. Ambas atingiram nível zero e agora têm só seu "volume morto" para fornecer.

O nível geral do sistema era de 24,6% —sendo 18,5 pontos percentuais provenientes da reserva bombeada.


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