Folha de S. Paulo


Com 14ºC, professores em greve fazem vigília em frente à Prefeitura de SP

Professores em greve decidiram encarar o frio de 14ºC e realizam na madrugada desta sexta-feira (30) uma vigília no viaduto do Chá, em frente à Prefeitura de São Paulo, para chamar a atenção do prefeito Fernando Haddad (PT).

Quatro viaturas da Guarda Civil Metropolitana acompanham o movimento, sem incidentes. Os policiais contaram cerca de 40 pessoas no local. Os professores informaram que entre eles havia também outros profissionais da educação municipal.

Um grupo de jovens agitadores culturais que fazia parte de uma ocupação no espaço da antiga Escola de Bailado do Teatro Municipal planejava realizar um sarau com os professores, o que ainda não tinha sido iniciado até a publicação desta reportagem.

Os professores não quiseram dar entrevistas oficialmente. Leram apenas um cartaz que informava que a vigília era para sensibilizar a prefeitura a uma negociação para por fim à greve, iniciada dia 23 de abril.

Um professor de história que não se identificou disse que protestava também contra a Lei Municipal 8989/79, que dispõe sobre o estatuto dos funcionários públicos de São Paulo.

"Queremos que essa lei seja extinta ou reformulada, pois ela só é usada para nos prejudicar. Diretores das escolas nos ameaçam constantemente com essa lei, e eu, inclusive, estou respondendo a processo por causa dela", disse o professor, que se diz perseguido na escola onde leciona.

Dentre as reivindicações dos professores, estão a incorporação de abonos ao salário a partir deste ano, maior segurança nas escolas, redução do número de alunos por sala/turma/agrupamento e direito a 15 minutos de intervalo para os educadores dos CEIs (Centros de Educação Infantil).

O prefeito Haddad se compromete a incorporar o percentual aos salários a partir de 2015, de forma escalonada e sem definir a forma como isso ocorrerá.

Anunciou, ainda, que concederá bônus de 15,38%, o que eleva o piso salarial dos professores com jornada semanal de 40 horas/aula para R$ 3.000 –o valor é de cerca de R$ 2.600.

Os professores realizam assembleia às 14h30 desta sexta, em frente à prefeitura, para decidir os rumos da greve.


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