Folha de S. Paulo


Comitê anticrise recomenda que Sabesp reajuste vazão do Cantareira

O comitê anticrise que monitora a estiagem do sistema Cantareira recomendou que a Sabesp reajuste a vazão do reservatório. De acordo com documento divulgado pela ANA (Agência Nacional de Águas), a quantidade de água que o manancial deverá receber nos próximos meses está em desacordo com o volume que será utilizado.

Segundo a publicação, a Sabesp precisa incorporar um cenário mais "desfavorável" para garantir o abastecimento de água até novembro, período que começam as chuvas de verão. No total mais de 8 milhões de pessoas da Grande São Paulo são abastecidas pelo Cantareira.

A Sabesp retira, em média, 20,5 mil litros por segundo das represas que compõe sistema. No período anterior a estiagem, a captação era de cerca de 30 mil litros por segundo.

A afirmação está baseada nos dados hidrológicos e meteorológicos da primeira quinzena de maio. No período, segundo a publicação, a quantidade de água que chegou ao sistema equivale a 28% da série histórica iniciada em 1930.

"Este cenário deve ser reavaliado, no mínimo a cada quinze dias pela Sabesp, para que a mesma possa operar com as informações sobre as vazões afluentes ao sistema", informou o documento.

De acordo com o último boletim divulgado pela Sabesp, até esta quarta-feira choveu no sistema o equivalente a 37,3 mm. Ou seja, 44% do volume de chuva esperado para o mês.

A recomendação do comitê anticrise tem como objetivo garantir condições mínimas operacionais ao sistema até o fim do mês de novembro deste ano. Essa é a data apontada como sendo o "horizonte de referencia de curto prazo" para o planejamento da utilização do estoque de água do Cantareira.

A Sabesp informou, por meio de nota, que os números referentes à vazão de água do Sistema Cantareira estão sendo reavaliados pela companhia. O novo material deve ser apresentado na próxima reunião do comitê anticrise.

NÍVEL DO SISTEMA

Mesmo com a chuva que atinge o manancial desde o final de semana, o nível do sistema não para de cair. Em uma semana, a quantidade de água represada no sistema caiu 0,7 pontos percentuais.

Atualmente o Cantareira opera com 25,3% da capacidade. Desde o começo da utilização do conhecido como "volume morto" – reserva armazenada abaixo dos pontos de captação – há 13 dias, o volume das reservas do manancial caiu 1,4 pontos percentuais.

O governo do Estado estima que a reserva técnica dará uma sobrevida ao sistema até o início do período de chuvas de verão entre outubro e novembro.


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