Folha de S. Paulo


Polícia instaura inquérito para apurar crime em manifestação de motoristas

A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar a eventual ocorrência de crime na manifestação promovida por motoristas de ônibus na cidade de São Paulo. Pelo segundo dia consecutivo, funcionários fecharam terminais e não deixaram que ônibus de cinco empresas saíssem das garagens na capital. Ao menos 300 mil pessoas foram afetadas.

De acordo com nota enviada pela secretaria de Segurança Pública (SSP), a investigação é baseada no artigo 262, do Código Penal – expor a perigo outro meio de transporte público, impedir-lhe ou dificultar-lhe o funcionamento. Os líderes do Sindicato dos Motoristas de São Paulo foram intimados a prestar depoimento.

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, o presidente da entidade José Valdevan, conhecido como Noventa, disse que está a disposição da polícia para prestar esclarecimentos.

POLÍCIA MILITAR

A SSP ainda criticou a opinião do secretário de Transportes de São Paulo, Jilmar Tatto, que afirmou que há uma "passividade" da Polícia Militar em questões relativas a ônibus. De acordo com a nota enviada pela secretaria, a PM reforçou o policiamento nesta quarta-feira em todos os terminais de ônibus da capital e locais de grande concentração de pessoas para prevenir e evitar a ocorrência de tumultos.

A pasta no entanto, entende que não é responsabilidade da Polícia Militar liberar vias na cidade. "A SSP esclarece que não cabe à PM a remoção de ônibus que tenham sido abandonados por manifestantes nas vias públicas, que é responsabilidade das autoridades de trânsito por meio de guinchos e motoristas ou servidores que possam fazê-lo", informou.

Segundo a SSP, a Polícia Militar também esteve "à disposição das autoridades municipais para dar segurança aos funcionários da Companhia de Engenharia de Tráfego".

PROTESTOS

A cidade enfrenta o segundo dia de paralisação dos ônibus em São Paulo. Neste momento, 12 terminais estão fechados: Sacomã, Mercado, Parque Dom Pedro 2º, Capelinha, Lapa, Casa Verde, Pinheiros, Guarapiranga, Pirituba, João Dias, Santo Amaro e Aricanduva.

Outros terminais estão vazios pois os coletivos não saíram das garagens.

Cinco empresas de ônibus estão paralisadas: Santa Brígida, Gato Preto, Sambaíba, Via Sul e VIP -unidade M´Boi Mirim. Todas as linhas operadas por elas não estão em funcionamento.

Além da falta de ônibus nas ruas, os coletivos que saíram das garagens participam de protestos e também deixam de atender os passageiros. De acordo com a CET, há manifestações na av. Prof Francisco Morato, na av. Pirajussara, na av. Faria Lima, na av. Eusébio Matoso, na rua Butantã e na estrada do M'Boi Mirim.

O rodízio de veículos está suspenso na tarde desta quarta-feira (21).


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