Folha de S. Paulo


Sem chuvas, sistema Cantareira pode sofrer corte no inverno

Se a estiagem for severa nos meses de inverno, o uso do chamado "volume morto" poderá ser limitado pelos órgãos responsáveis pela administração do sistema Cantareira -no caso, a ANA, ligada ao governo federal, e o DAEE, que é estadual.

Na prática, caso essas duas instituições técnicas decidam pela redução do volume retirado para o abastecimento público, poderá faltar água na Grande São Paulo, mesmo com a reserva emergencial.

A decisão sobre quanto a Sabesp pode retirar das seis represas do Cantareira está sendo revisada semanalmente pelo dois órgãos. A decisão é tomada em conjunto.

Desde que a crise começou, a vazão teve que ser reduzida duas vezes.

A medida leva em consideração tanto os dados históricos de chuva e de consumo quanto cenários para os próximos meses.

Apesar do resultado positivo obtido pela obra do "volume morto", que custou R$ 80 milhões, vários grupos discordam do discurso otimista do governador Geraldo Alckmin (PSDB), que tentará a reeleição em outubro.

Segundo Patrick Thadeu Thomas, superintendente adjunto da ANA (Agência Nacional de Águas), pode ser que o volume morto não dure nem sequer até novembro.

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Para que isso ocorra, segundo ele, será preciso impor medidas restritivas.

"Se o cenário atual continuar, será necessário reduzir as vazões tanto para a bacia das regiões de Campinas e de Piracicaba, quanto para a região metropolitana de São Paulo", disse o superintendente nesta semana.

Para os técnicos da ANA e inclusive para o presidente da agência, Vicente Andreu Guillo, não existe outra palavra para definir a situação que não seja "gravíssima".

Especialistas afirmam que, mesmo que o "volume morto" dure até março, há risco de desabastecimento no inverno de 2015, se não chover acima da média no verão.


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