Folha de S. Paulo


Nível do Cantareira chega a 8,2%; retirada do volume morto começa hoje

O nível do sistema Cantareira continuou a cair e atingiu 8,2% de sua capacidade total nesta quinta-feira (15).

A retirada do volume morto do local –reserva de água na zona mais funda das represas que, por ficar abaixo da tubulação que capta o líquido dos reservatórios, precisa ser bombeada para a superfície– estava prevista para começar às 10h, de acordo com a Sabesp.

Em Joanópolis (SP), o governador do Estado, Geraldo Alckmin (PSDB), participa do evento que marca início da operação que pretende assegurar o abastecimento de água na região metropolitana até março de 2015.

A previsão, no entanto, foi rebatida ontem pela ANA (Agência Nacional de Águas).

De acordo com a agência, o volume morto do sistema Cantareira pode ser esgotado antes de novembro, caso se mantenham os atuais níveis de chuva e de retirada de água das represas.

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A ANA, junto com o DAEE (Departamento de Água e Energia Elétrica, estadual), é responsável pela gestão do Cantareira, sistema que abastece diretamente 8,8 milhões de pessoas na Grande SP e indiretamente 5,5 milhões no interior do Estado, nas bacias dos rios Piracicaba, Capivari e Jundiaí (PCJ).

A companhia estadual de saneamento investiu R$ 80 milhões em bombas para conseguir retirar essa água quando o "volume útil" do sistema acabar.

A captação elevará o nível do Cantareira em 18,5%, segundo a Sabesp. De acordo com o boletim técnico, desde o início do mês choveu 0,7 mm na região do reservatório –a média para maio é de 83,2 mm.

No atual ritmo de queda, a capacidade do Cantareira chegaria a 0% na última semana de junho, em plena Copa do Mundo. Na semana em questão, São Paulo receberá um jogo das oitava de final do Mundial.

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CHUVA

A cidade de São Paulo já está há quase 30 dias sem chuva significativa, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura. Previsões indicam chuvas de maior volume apenas a partir do próximo dia 20, por conta da passagem de mais uma frente fria pelo Estado.

Há dez dias, o novo secretário de Saneamento e Recursos Hídricos de São Paulo, Mauro Arce, afirmou à Folha que o racionamento está descartado até março de 2015. No dia seguinte, foi a vez do governador Geraldo Alckmin (PSDB) dizer que não haverá racionamento neste ano.

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