Folha de S. Paulo


Sem chuva a quase um mês, nível do Cantareira volta a cair e chega a 9,1%

A cidade de São Paulo já está a quase 30 dias sem chuva significativa, segundo o CGE (Centro de Gerenciamento de Emergência), da prefeitura. E as simulações meteorológicas não são nada animadoras, garantem os especialistas do centro.

Previsões indicam chuvas significativas apenas a partir do próximo dia 20, por conta da passagem de mais uma frente fria. Quem sofre com isso é o reservatório Cantareira que opera com 9,1% da sua capacidade.

O manancial passa pela pior estiagem dos últimos 84 anos. Desde o início do mês choveu 0,3 mm na região – a média para maio é de 83,2 mm.

O sistema é responsável pelo abastecimento de parte da capital e de municípios da Grande São Paulo. No total, mais de 8 milhões de pessoas recebem água do Cantareira diariamente. O reservatório ainda atende municípios da região de Campinas, no interior do Estado.

A queda livre no indicador de capacidade do Cantareira só deve ser contido a partir do dia 15, quando as obras para utilização do chamado "volume morto" (reserva de água na zona mais funda das represas) estarão concluídas.

O secretário de Saneamento e Recursos Hídricos, Mauro Arce, chegou a afirmar que com a utilização da água que fica da tubulação que capta o líquido dos reservatórios o nível do cantareira subirá 18,5%.

O problema, segundo especialistas, é que o uso do "volume morto" das represas do sistema Cantareira vai atrasar a recuperação dos reservatórios quando a chuva voltar. Isso se deve a uma espécie de "efeito esponja", que ocorre em áreas muito secas que voltam a receber chuva.


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