Folha de S. Paulo


Após 11 anos de obra, largo da Batata é concluído sem banco

Após um gasto superior a R$ 150 milhões em 11 anos, a Prefeitura de São Paulo concluiu as obras no largo da Batata, em Pinheiros, mas ainda não sabe quando vai instalar bancos na praça.

Quem quiser descansar no local vai ter que disputar uns poucos bancos feitos de pallets, deixados ali pelos próprios frequentadores como forma de protesto.

A prefeitura diz que a instalação dos bancos no local está em fase de projeto. Terminada essa etapa, diz a administração municipal, será aberta uma licitação.

"Como que faz uma praça sem banco? Se fosse um bairro nobre tinha aqueles coqueiros altos e bancos para sentar, como aqui é bairro de trabalhador não tem nada", reclama José Mário Ferreira, 51, que distribui panfletos de um consultório dentário na região há dois anos.

Moacyr Lopes Junior/Folhapress
Concluído, largo da Batata, em SP, não tem banco
Concluído, largo da Batata, em SP, não tem banco

As árvores que foram plantadas não recebem manutenção, segundo os comerciantes locais. Em tempos de seca e falta de água, as plantas vão morrendo à míngua nos canteiros do local.

"É uma tristeza. A gente tenta cuidar. Eles vêm, plantam e não voltam para regar ou cuidar. Morre tudo", diz o vendedor Almir de Lima, 53, que trabalha há 17 anos no largo da Batata.

Quem espera ônibus no ponto ao lado do metrô Faria Lima também fica sem sombra, assento e proteção da chuva porque falta abrigo para os passageiros no local.

As obras previstas na Operação Urbana Faria Lima foram concluídas em dezembro de 2013, segundo a prefeitura. Somente na fase 2, que foi de dezembro de 2011 até dezembro de 2013, foram investidos R$ 146,5 milhões.

Entre as obras realizadas estão remodelação e melhoria das calçadas, enterramento de fios, obras de acessibilidade, novo sistema de drenagem, nova iluminação pública, novo paisagismo e pavimento das ruas da região.

A prefeitura diz estar finalizando um projeto de obras complementares para o largo da Batata que desta vez incluirá equipamentos para promover convívio e valorização da área, como bancos e playground para crianças.

O aspecto pouco amigável da paisagem é reforçado pelos enormes blocos de concreto que cercam a área. A prefeitura diz que foi preciso deixar o material ali porque caminhões e carros estavam trafegando na praça. Agora, cabe à Subprefeitura de Pinheiros a instalação com pequenos pilares que impeçam o tráfego irregular.

O bicicletário previsto para o local já está pronto, conforme a prefeitura, mas ainda está cercado por tapumes até que entre em operação. A previsão oficial divulgada é que ele comece a funcionar a partir do mês que vem.


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