Folha de S. Paulo


Protesto contra a Copa termina sem confrontos no centro de SP

O sexto protesto contra a Copa do Mundo teve queima de álbum de figurinhas e seguiu no sentido inverso da Arena Corinthians, o Itaquerão, onde um exército formado por torcedores da Gaviões da Fiel, a maior torcida organizada do alvinegro, os esperava. A manifestação começou por volta das 20h na zona leste e terminou às 23h30 na praça da Sé (centro).

De acordo com a PM, o ato reuniu cerca de 500 manifestantes e não teve registro de confrontos. Antes mesmo de começar o ato, a PM apreendeu três adolescentes. Os policiais disseram que eles estavam com facas e estiletes.

Apesar do ato de hoje não ter roteiro definido, torcedores do Corinthians temiam que os manifestantes marchassem em direção ao estádio, onde será realizada a abertura da Copa no dia 12 de junho. Em protestos anteriores que ameaçaram chegar perto do estádio, também houve mobilização da torcida corintiana.

Foram divulgadas mensagens via redes sociais em que a torcida dizia aos manifestantes "tentem a sorte".

Desde o início, em frente ao metrô Tatuapé, o grupo se mostrou indeciso. Cercado por policiais, eles cantaram a música Polícia, dos Titãs. Finalmente, o grupo conseguiu autorização pela Radial Leste, sentido centro, no contrafluxo.

Na passarela do metrô Belém, eles se atrapalharam para colocar uma faixa com os dizeres: unfair players –jogadores sujos, em tradução livre.

Durante o trajeto, eles discutiram com o oficial responsável pela operação, capitão Eduardo, que reclamava da desorganização do protesto.

"Vocês sempre arrumam um escape e nós temos que ser uns bananas", disse. "Vocês trabalham em cima do estereótipo do militar. Eu nasci na década de 70. Por favor, o que eu tenho de militar?"

Até as 22h, quando o protesto havia chegado a altura do Brás, o evento seguia pacífico. Policiais cercavam os manifestantes, que cantavam: "não aguento mais ser escoltado por esses animais".

A manifestação foi organizada pelo Facebook e foi a sexta de uma série de atos contra a Copa do Mundo na capital paulista. Com o slogan "Se não tiver direitos não vai ter Copa", os organizadores defendem que os recursos públicos usados para o campeonato deveriam ser destinados a serviços como transporte, educação e saúde.

A última manifestação, no dia 15 de abril, começou pacificamente na avenida Paulista, mas terminou em vandalismo e confusão nas imediações da estação Butantã do metrô, na zona oeste. Haviam cerca de 1.500 pessoas –54 foram detidas.


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