Cerca de 3.000 pessoas, segundo estimativa da Polícia Militar, participaram neste sábado (26) da Marcha da Maconha em São Paulo. A organização da marcha diz que o número de participantes chegou a 15 mil.
Após fecharem a avenida Paulista no sentido Consolação a partir do Masp, os manifestantes caminharam em direção ao centro até chegarem na praça Roosevelt, onde se concentraram. Os policiais acompanham a caminhada de longe e não houve registro de confusões.
Legalizada desde 2011 por decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), a passeata ocorreu em clima de tranquilidade. Os manifestantes entoaram palavras de ordem já tradicionais na marcha, como "Ei, polícia, maconha é uma delícia!", e embarcam nos protestos contra a Copa do Mundo: "Da Copa eu abro mão, do meu baseado, não!"
Participando de sua quarta marcha, a dona de casa Ronete Rizzo, 57, veio acompanhar os dois filhos, de 24 e 25 anos, e defendeu que mais mães façam o mesmo. "Gostaria que mais mães viessem, porque a maioria está aqui sem elas saberem", disse, segurando um cartaz onde era possível ler: "Tire seu filho da biqueira. Legalize".
Já o advogado Emílio Figueiredo, 35, veio do Rio de Janeiro para defender o uso medicinal da droga. Segundo ele, se houvesse liberação, muitas pessoas que sofrem de doenças graves poderiam ser beneficiadas.
FIGURINHAS
A marcha pede a legalização da maconha, mas até as 15h o que mobilizou mais gente no vão do Masp foi a troca de figurinhas do álbum da Copa. Enquanto alguns manifestantes fumavam no fundo do museu, vários grupos se formaram em frente ao museu à procura das figurinhas.
Neste ano, o tema da marcha foi o plantio individual da cannabis. A organização não comunicou a Polícia Militar sobre o ato, afirmando que os próprios participantes fariam um cordão de segurança e isolamento.
A PM, no entanto, disse que estaria presente, pois afirma que a segurança pública é sua competência. Em 2013, a marcha terminou em confronto de PMs e manifestantes.
Até ontem à tarde, mais de 11 mil pessoas haviam confirmado presença no evento da marcha no Facebook. No ano passado, os organizadores disseram ter reunido 10 mil participantes. A PM, no entanto, afirmou na época que apenas mil participaram.
A organização pediu que nenhum participante levasse substâncias ilícitas. A PM informou que quem for flagrado fumando maconha ou portando qualquer outro tipo de droga será detido.
A primeira marcha em São Paulo foi realizada em 2008, no parque Ibirapuera. Até 2011, os atos eram proibidos pelo Tribunal de Justiça sob a justificativa de que faziam apologia às drogas.
Os manifestantes continuaram indo às ruas, mas marcharam pelo direito à livre expressão. O Supremo Tribunal Federal, então, liberou os atos, avaliando que sua proibição infringia o direito à liberdade de expressão.