Folha de S. Paulo


Após chuva, índice do sistema Cantareira registra pequena elevação

As chuvas registradas na noite de ontem (12) fizeram com que o nível do sistema Cantareira subisse após uma semana de quedas. Apesar disso, a situação ainda é considerada crítica. Neste domingo, o índice é de 12,1%, segundo dados da Sabesp.

No sábado, o nível do reservatório era de 12%, o mais baixo desde a sua inauguração há 39 anos. Por conta das poucas chuvas registradas durante o verão, o sistema tem registrados sucessivos recordes negativos desde janeiro. Em 13 de abril do ano passado, o nível era de 63,2%.

Ao todo, o reservatório registrou ontem 34,3 mm de chuva, o que corresponde a pouco mais de 60% de todo o acumulado do mês, que é de 55,5 mm. A média histórica de chuva para o mês é de 89,3 mm, de acordo com a Sabesp.

Nelson Antoine/Parceiros Folhapress
Nível do sistema Cantareira volta a cair; consórcio diz que uso do 'volume morto' pode acabar com o sistema
Nível do Cantareira tem pequeno aumento após chuvas

O governador Geraldo Alckmin (PSDB), que descartava um racionamento, admitiu a possibilidade nesta semana. Já a presidente da Sabesp, Dilma Pena, disse que 80% das obras para uso do chamado "volume morto" do Cantareira já estão concluídas. Com isso, ele poderia ser usado já em maio.

No caso de racionamento, porém, projeções da Sabesp apontam que a maioria da população da região metropolitana ficaria no mínimo dois dias seguidos sem água para cada dia de abastecimento.

Em razão da topografia, regiões mais altas e periféricas poderiam ficar com suas torneiras secas por até cinco dias consecutivos, dada a complexidade da operação para ligar e religar os sistemas de adutoras e tubulações.

O próprio diretor da Sabesp Paulo Massato afirmou à Folha em março que um eventual rodízio "é uma operação de guerra". Segundo ele, o risco de rompimento de tubulação, quando a água é religada após alguns dias sem ser usada, por exemplo, aumenta de forma considerável.

Dirigentes da empresa ouvidos pela reportagem afirmam que seria impossível garantir que as 8,8 milhões de pessoas que são abastecidas pelo Cantareira na região metropolitana de SP sofreriam as mesmas consequências no caso de haver racionamento.


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