Folha de S. Paulo


Queixa por falta d'água bate recorde no Estado

Em alta desde outubro, o número de reclamações contra a Sabesp por falta de água bateu recorde em 2014 no Estado de São Paulo -em janeiro, foram 212 queixas, o índice mais alto registrado no período de um ano.

Os dados são da Arsesp (Agência Reguladora de Saneamento e Energia). Somadas às 143 reclamações de fevereiro, a insatisfação com abastecimento mais que dobrou em relação ao primeiro bimestre de 2013.

O período foi marcado pelo verão mais quente da história de São Paulo e pela piora da crise do Cantareira, principal sistema abastecedor da região metropolitana, ontem com 12,2% de sua capacidade.

A Arsesp funciona como instância alternativa de reclamação dos usuários, semelhante ao Procon. A ela recorrem pessoas que já procuraram as empresas de saneamento para resolver um problema, mas não ficaram satisfeitas com o atendimento.

Os números da agência contrariam as afirmações da Sabesp de que as reclamações por cortes de fornecimento recuaram 15% em relação ao ano passado.

Procurada pela Folha, a Sabesp não disponibiliza seus levantamentos, mas afirma, em nota, ter registrado uma média de 2.100 reclamações de falta de água por dia em 2013 na Grande São Paulo, onde atende 17 milhões de pessoas. Neste ano, foram cerca de 1.800 registros diários, diz a companhia.

Morador do Rio Pequeno, na zona oeste paulistana, Jorge Filho é um dos que se queixaram à Sabesp. Ele diz que o fornecimento de água em sua casa tem sido cortado toda noite, há 15 dias. "Eu liguei e me disseram que o problema era na minha casa", diz.

Ele conta que, ao insistir, a companhia disse se tratar de um "problema de adução" no bairro. "Não deram previsão de resolução nem desconto na minha conta. Levei o caso ao Ministério Público", diz.

No caso de Jorge, a Sabesp afirma que "manobras técnicas pontuais" têm prejudicado o atendimento de alguns bairros, com "eventuais momentos de desabastecimento", especialmente à noite.


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