Folha de S. Paulo


Procurar a Justiça para cesárea resguardou vidas, diz obstetra

Corintio Mariani Neto, obstetra e secretário-geral da Sogesp (Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo) afirma que a indicação médica para a cesárea foi correta no caso da gestante do Rio Grande do Sul. Procurar a Justiça, segundo ele, foi um ato de "bom-senso". Leia abaixo:

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Folha - O quadro da paciente era indicação para cesárea?

Corintio Mariani Neto - Completamente. Não tinha a menor possibilidade de ela [Adelir Goes] ter um parto normal já que tinha vários pequenos agravantes.

Depois de duas cesáreas, a mulher só pode ser outra cesárea, pois o médico não sabe como foram feitas as cirurgias anteriores. Bebê pélvico [em posição invertida] é possível, mas desde que seja com uma mulher que já teve outros filhos por meio de parto normal.

O que você acha da decisão judicial?

Ainda bem que alguém com bom-senso resolveu entrar na Justiça para resguardar a vida dela e do bebê. Se mais [juízes] agissem dessa maneira, o médico estaria mais protegido para trabalhar com as gestantes.

O senhor é favorável ao parto normal?

Sou favorável, mas desde que não hajam intercorrências. Sou favorável, mas não em casos extremos como o do caso do Rio Grande do Sul. A responsabilidade na hora do parto é do médico que é quem deve informar a situação a paciente e não de acompanhantes, como doulas, como ocorreu nesse caso.

Erika Carolina/Folhapress
Adelir Goes com seu marido, Emerson Guimarães, e a filha
Adelir Goes com seu marido, Emerson Guimarães, e a filha

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