Folha de S. Paulo


Alckmin amplia bônus na conta de água para Grande SP e toda a capital

O governador Geraldo Alckmin (PSDB) anunciou na manhã desta segunda-feira que vai ampliar o programa de bônus na conta de água. A partir de amanhã, toda a capital e mais 30 municípios da região metropolitana terão acesso ao benefício.

A informação foi antecipada pela coluna Painel, da Folha.

Atualmente, o bônus de 30% vale só para os consumidores abastecidos pelo sistema Cantareira, aproximadamente 8,8 milhões de pessoas. Com a medida, cerca de 17 milhões poderão ter o desconto desde que economizem 20% a quantidade água utilizada.

A ampliação da campanha ocorre em meio a uma queda geral dos níveis de reservatórios que abastecem a Grande São Paulo, depois que mais sistemas passaram a abastecer as áreas atendidas pelo Cantareira.

Editoria de Arte/Folhapress

De acordo com relatório divulgado hoje pela Sabesp, o manancial que está na situação mais crítica continua sendo o Cantareira com 13,4% do reservatório utilizado. Na sequência aparece o Alto Tietê, com, 37%, o Alto Cotia, com 56% e o Guarapiranga com 77% da capacidade. A unica exceção é o reservatório Rio Grande com 94,6%.

"Tivemos uma excelente resposta dos consumidores. Conseguimos uma economia de 4,1 m3/s e por isso a partir de amanhã estenderemos o bônus a todos os municípios operados pela Sabesp na Grande São Paulo", disse Alckmin. A ideia é que, com a ampliação, o volume economizado passe para 6 m3 /s –o Cantareira produz diariamente, por exemplo, 27,9 m3 /s.

Segundo o governador, até o momento, 37% dos consumidores ganharam o desconto em sua conta de água. Outros 39% reduziram o consumo, mas não atingiram os 20% necessários para receber o bônus e outros 24% gastaram mais água.

Segundo presidente da Sabesp, Dilma Pena, os condomínios residenciais foram os que menos contribuíram para a campanha. "A maioria dos prédios de apartamentos tem um único micromedidor [hidrômetro] e seus moradores não têm contato direto com a fatura de água. É uma explicação, mas não uma justificativa, já que todos sabem que estamos passando por um evento crítico [de abastecimento]", diz.

Embora a Sabesp se recuse a dizer que impacto isso tem na arrecadação da estatal, números oficiais mostram que, só de fevereiro ao começo de março, houve uma diminuição no consumo de água suficiente para abastecer uma cidade como Curitiba nesse mesmo período.

Conforme estimativas da Folha a partir de informações divulgadas pelo Estado, essa economia poderá atingir, no período de um ano, R$ 900 milhões –sendo R$ 200 milhões devido à redução da água utilizada e R$ 700 milhões em razão dos descontos.

CURTO PRAZO

O governador anunciou outras duas medidas de curto prazo para atenuar a crise e evitar o racionamento de água na região metropolitana. A primeira é aumentar a transferência de água de outros sistemas para a área atendida pelo Cantareira.

O sistema Guarapiranga, por exemplo, que atualmente transfere 1 m3/s para as unidades abastecidas pelo Cantareira, passará a transferir mais 2,3 m3/s em abril e, a partir de setembro, mais 1 m3/s.

O Alto Tietê também fornecerá mais água para o Cantareira. Segundo o governador, o sistema enviará 2,6 m 3/s ao manancial – atualmente são transferidos 2,2 m3/s.

Outra medida de curto prazo é aumentar as metas de redução de perdas da Sabesp. "A Arsesp [Agência Reguladora de Saneamento e Energia do Estado de São Paulo] vai estabelecer para a Sabesp uma redução no tempo máximo para atender casos de vazamento. Também haverá uma redução no tempo médio e no prazo para se chegar ao local [do problema]", afirmou Alckmin.

Atualmente, a Sabesp tem até 48 horas a partir do registro de um vazamento para consertá-lo, mas há casos recentes em que a companhia levou seis dias para resolver o problema.


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