Durante seus 60 anos de carreira, Luiz Aguiar produziu cerca de 80 óperas, tornou-se um especialista na obra do compositor Carlos Gomes, comandou corais e atuou em produções para a televisão, entre tantas outras coisas. Era, acima de tudo, um apaixonado pelas artes.
Se dependesse dele, livros e discos, por exemplo, estariam espalhados por toda a casa —até nos armários da cozinha, resume a família.
Influenciado por uma das irmãs, descobriu cedo o gosto pela música clássica. Enquanto seus irmãos jogavam futebol, aprendia piano.
O belo-horizontino foi o primeiro regente do coral lírico do Palácio das Artes, vinculado à fundação mineira Clóvis Salgado, onde era extremamente atuante.
Editou várias óperas do autor de "O Guarani", traduziu correspondências do compositor escritas durante o tempo em que viveu na Itália e participou da montagem da obra-prima de Carlos Gomes para as comemorações do seu centenário de morte.
Além de percorrer vários Estados brasileiros, regeu corais pelos Estados Unidos. Aqui, um de seus principais trabalhos foi com o coral espírita Irmã Sheila, com o qual gravou CDs e LPs.
Há pouco mais de três anos, foi diagnosticado com cirrose. Morreu na sexta-feira (21), aos 78 anos, de falência de múltiplos órgãos. Deixa quatro irmãs e sobrinhos.
Seu acervo, segundo a família, será doado ao Palácio das Artes. Luiz deixou pronto um livro, realizado em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura de Minas, sobre a história da ópera em Belo Horizonte desde os anos 1950.
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