Folha de S. Paulo


Protesto do MTST termina em frente à prefeitura após interditar vias

Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto), fecharam a avenida Rebouças, a rua da Consolação e o viaduto do Chá nesta quarta-feira (26) pela manhã.

O grupo se reuniu no Largo da Batata e caminhou até a sede da prefeitura, na região central.

Os manifestantes gritaram: "Ei, Haddad, paramos a cidade" e "É ou não piada de salão, tem dinheiro para a Copa, mas não tem para a educação".

Segundo a Polícia Militar, o ato reuniu cerca de 3.000 manifestantes. Já segundo a organização, havia cerca de 10.000 pessoas na passeata.

Eles reclamam que a prefeitura não efetivou os compromissos prometidos em janeiro, como a revogação do decreto que torna a área da Nova Palestina um parque e desapropriações para a construção de moradias populares.

Um trio elétrico e uma bateria acompanham a manifestação. Além da Vila Nova Palestina, há moradores das ocupações Faixa de Gaza, Dona Deda, Capadócia, Novo Pinheirinho e Estaiadinha.

Seis carros da força tática acompanharam o ato. Motos da Rocam foram à frente da marcha. Funcionários dos escritórios da Faria Lima observavam, das calçadas, a manifestação.

Às 9h, a babá Sandra Alves esperava há 20 minutos por um ônibus na avenida Faria Lima. Nesse horário, ela deveria ter chegado ao trabalho, em frente ao Parque Villa Lobos.

"Não concordo que essas pessoas parem o trânsito e atrapalhem a vida dos outros para protestar. Já fizeram isso várias vezes e nunca deu em nada", diz.

A passeata chegou até a prefeitura, onde representantes são recebidos para discutir as pautas, segundo Guilherme Boulos, da coordenação do MTST. A reunião, segundo ele, já estava agendada desde a semana passada. A está na porta da prefeitura aguardando o término da reunião.

Parado em frente à estação Paulista do Metrô, o técnico manutenção Reginaldo José de Oliveira, 35, diz concordar com a manifestação.

"Tem que parar a rua mesmo. A prefeitura tem um monte de terreno vazio que poderiam servir para construção de moradias, mas não cede. Imaginou quantas famílias poderiam morar no terreno onde fizeram o Itaquerão?"


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