Folha de S. Paulo


Cantareira teve nível baixo em 15 meses desde 2004

Os reservatórios do sistema Cantareira ficaram, nos últimos dez anos, 15 meses não contínuos em níveis inferiores a 35% -faixa em que, pela proposta do governador Geraldo Alckmin (PSDB), poderiam receber "socorro" da bacia do rio Paraíba do Sul.

Os resultados, aproximados, são de levantamento da Folha a partir de dados da ANA (Agência Nacional das Águas). Hoje, o Cantareira está no menor nível da história -14,6% da capacidade.

O cenário indica que o sistema paulista teria dispensado a água extra na maior parte do tempo -em quase nove anos dos últimos dez.

Por outro lado, se for considerado o mesmo parâmetro, os reservatórios da bacia do Paraíba do Sul precisariam ter sido "socorridos" pelo Cantareira ainda menos -só dois meses na última década.

A ligação, ao custo de R$ 500 milhões, é chamada de "via de mão dupla" por Alckmin. "Um [sistema] socorre o outro: quando houver excesso no Cantareira, passa-se para o Jaguari e vice-versa", diz.

O governo ainda não definiu de quanto seria esse excedente, mas diz que os reservatórios do Cantareira são obrigados a abrir as comportas quando atingem os 75% de capacidade, para evitar risco de enchentes.

Desde 2004, a bacia do Paraíba do Sul superou 75% em 40 meses não consecutivos, mostra o levantamento. No Cantareira, foram 31 meses.

Defensores da ideia de Alckmin alegam que há água suficiente no Paraíba do Sul. Opositores temem que afete o abastecimento no Rio.

Editoria de Arte/Folhapress

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