Folha de S. Paulo


"Não queremos novos Itains Bibis", diz Haddad sobre Plano Diretor

O prefeito Fernando Haddad (PT) disse nesta manhã (20) que a cidade vai precisar limitar a altura dos prédios em determinados bairros da cidade.

"Não queremos novos Itains Bibis, com ruas estreitas e prédios de 25 andares, sem suporte para sair de dentro", afirmou.

Haddad esteve na reunião do Conselho da Cidade, onde o relator do Plano Diretor, vereador Nabil Bonduki (PT) fez uma apresentação do texto final do plano. O prefeito chancelou as informações sobre o texto final do Plano Diretor, que será entregue pelo relator à Câmara na semana que vem.

O plano é o conjunto de diretrizes que define o crescimento da cidade nos próximos 16 anos.

Entre as novidades que devem estar no texto apresentado por Bonduki estão o limite de 8 andares para novas construções nos miolos dos bairros, especialmente os já adensados, como Itaim Bibi, na zona oeste, citado por Haddad. O bairro nobre, com muitas torres habitacionais de alto padrão, sofre com trânsito.

Por outro lado, onde estarão os grandes corredores viários, com estrutura de transporte, os espigões serão liberados.

A ideia é adensar, com empregos e moradias, as regiões com transporte. E, por outro lado, limitar o crescimento populacional dentro dos bairros já verticalizados e nas áreas rurais.

Segundo o plano, haverá incentivos financeiros a construtoras que fizerem empreendimentos com comércio no térreo e limites para vagas na garagem em áreas centrais (prédios com uma vaga).

O plano prevê também ampliar o número de moradias para a população de baixa renda.

Além de buscar áreas para ampliar moradias para pessoas na faixas de 0 a 6 salários mínimos, serão previstas Zeis (zonas especiais de interesse social) para a chamada nova classe média –até dez salários.

Integrantes do conselho, ligados a movimentos sociais, pediram ao prefeito que contenha a especulação imobiliária e reserve mais vagas para moradia para baixa renda.

O texto deve ser apresentado à Câmara no próximo dia 26, após 15 meses de discussões, entre reuniões da comissão de política urbana do Legislativo e audiências públicas.

A apresentação seria feita na semana passada, porém, vários vereadores pressionaram para sugeriram novas mudanças e a entrega foi adiada para a semana que vem.

MINUTO DE SILÊNCIO

O prefeito pediu um minuto de silêncio em memória ao urbanista Jorge Wilheim, que pertencia ao conselho, e morreu em fevereiro deste ano.


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