Folha de S. Paulo


SP tem queda histórica de mortes, mas trânsito ainda mata ao menos 3 por dia

São Paulo registrou o menor número de mortes provocadas por acidentes de trânsito dos últimos 34 anos. É o que mostra um estudo feito pela CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) divulgado nesta quinta-feira (20).

No total em 2013, 1.152 pessoas morreram no trânsito da capital paulista – queda de 6,2% na comparação com 2012. Apesar da diminuição do número de mortos na série histórica, mais de três pessoas morrem todos os dias no trânsito em São Paulo.

A queda do ano passado foi puxada, principalmente, pela redução na morte de ciclistas. De acordo com o balanço, foram 52 mortes em 2012 contra 35 em 2013 – uma queda de 32,7%.

O ranking de mortes no trânsito ainda mostra uma diminuição de 8% nos casos de mortes de motociclistas – foram 438 vítimas em 2012 contra 403 no ano passado.

Entre os pedestres a queda foi de 4,8% – 540 para 514, entre 2012 e 2013 respectivamente. Já entre os motoristas e passageiros a redução foi de 0,5% – de 201 em 2012 para 200 em 2013.

Avener Prado - 26.fev.2014/Folhapress
Carro destruído após acidente na avenida dos Bandeirantes, zona sul
Carro destruído após acidente na avenida dos Bandeirantes, zona sul de SP; duas pessoas morreram

O balanço anual feito pela CET usa as anotações oficiais do IML (Instituto Médico Legal), que são cruzadas com os boletins de ocorrência de acidentes de trânsito. Esta é a primeira vez em oito anos que todas as categorias juntas registraram queda no número de mortes.

Para a CET, a queda no número de mortes é reflexo da fiscalização, do endurecimento da lei seca e das medidas de reorganização viária adotadas pela gestão Fernando Haddad (PT), como as faixas exclusivas de ônibus.

Tadeu Leite Duarte, diretor de planejamento da CET, diz que, apesar da redução, a mortalidade no trânsito é "inaceitável". "Nós temos o objetivo de buscar o zero de mortes, mas acidentes sempre vão existir. O importante é que estamos descendo, nos aproximando dos três dígitos", afirma.

TENDÊNCIA

A redução das mortes no trânsito acompanha uma tendência que pode ser observada em quase todas as categorias ao longo dos últimos oito anos.

Em 2005, por exemplo, 748 pedestres morreram em São Paulo. As mortes entre motoristas e passageiros e ciclistas também caíram ao longo da série histórica apresentada no estudo da CET.

Editoria de Arte/Folhapress

A única exceção dessa tendência está entre os motociclistas. Em 2005, o número de mortes era menor que a registrada em 2013, mas na sequencia dos anos a quantidade de motociclistas mortos em acidentes só cresceu atingindo o pico de 512 mortes em 2011. De lá para cá, a tendência foi de queda.

De acordo com a CET, o aumento do número de acidentes e vítimas entre motociclistas vem acompanhando o acelerado crescimento da frota de motocicletas na capital. O número de motos no trânsito em São Paulo cresceu 102,8% nos últimos oito anos, enquanto o de automóveis foi de 33,3% – três vezes menos.

As marginais Tietê e Pinheiros foram as vias mais perigosas do trânsito no ano passado, com 39 e 24 mortes, respectivamente.

Duarte diz que a CET estuda a criação de faixas exclusivas para motos nas marginais. A ideia é discutir o assunto com o sindicato de motoboys e implantar a medida sem prejuízo às demais faixas das vias.


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