Folha de S. Paulo


Cidades da Grande São Paulo também sofrem com falta de água

A falta de água já é uma realidade em cidades da Grande São Paulo que também estão na mira de um possível racionamento devido aos baixos níveis dos reservatórios do Cantareira.

Municípios no oeste da região metropolitana -como Barueri, Cotia, Embu das Artes, Santana de Parnaíba e Itapecerica da Serra- são os mais afetados por falhas no abastecimento de água, segundo a Sabesp.

Embora essas cidades sejam vizinhas a seus sistemas de abastecimento (o Alto e o Baixo Cotia), moradores de alguns bairros relataram à Folha que cortes de água são realizados diariamente.

A Sabesp diz que esses sistemas são de pequeno porte e que essa região registrou um aumento populacional acima da média. Houve ainda, segunda a empresa, um crescimento nas ligações clandestinas ("gatos").

A companhia garante que o futuro sistema São Lourenço, a ser construído até 2018, irá aumentar a oferta de água para esses municípios.

Felix Lima/Folhapress
Otavio Siciliano sofre com a falta de água, na região da Casa Verde, em São Paulo
Otavio Siciliano sofre com a falta de água, na região da Casa Verde, em São Paulo

O prefeito de Embu das Artes, Chico Brito (PT), diz que pelo menos 100 mil habitantes sofrem com falta diária de água na cidade. "A estiagem só agravou um racionamento informal que já existia há mais de 20 anos", afirma.

Para o professor de geografia da USP, Wagner Ribeiro, a falta de água na área é histórica e vem se agravando com a especulação imobiliária.

"Foram construídos condomínios de alto padrão sem um trabalho prévio de infraestrutura. A população foi para lá e a oferta não acompanhou a demanda", afirma.

Moradora de um condomínio em Itapecerica da Serra, Rita Rebelo diz que vem enfrentando falta de água toda semana há pelo menos três meses. "Tenho de estocar água até para dar descarga no vaso sanitário", conta.

Por ora, a Sabesp descarta adotar um rodízio de água na região metropolitana. A empresa reduziu na quinta-feira a venda de água para São Caetano do Sul e Guarulhos, que têm serviço autônomo de abastecimento, mas dependem da água da companhia.

Com a restrição, o rodízio de água em Guarulhos, a cidade mais populosa do Estado depois de São Paulo, foi ampliado. Hoje, 1,06 milhão de habitantes da cidade recebem água dia sim, dia não.


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