O número de viagens feitas de carro ou moto na região Metropolitana de São Paulo cresceu 21% em cinco anos. É o que mostra um estudo divulgado nesta segunda-feira (10) pela Secretaria de Estado dos Transportes Metropolitanos.
Do total de pessoas entrevistadas, quase a metade (45,7%) se deslocaram pela região usando transporte individual. Os demais (54,3%) usaram, em 2012, ônibus ou metrô como transporte. Em 2007, 44,7% dos entrevistados usavam ônibus ou metrô para se locomover.
No transporte coletivo, a preferência ainda continua sendo pelo ônibus, seguido do metrô e do trem. Apesar de não ser o transporte mais utilizado pela população de São Paulo, de acordo com a pesquisa, entre 2007 e 2012 o número de viagens sobre trilhos cresceu 51,2%, enquanto nos ônibus municipais da capital paulista a alta foi de 8%.
A população de baixa renda foi aquela que priorizou o transporte individual no período. Passageiros que ganham mais migraram para o transporte coletivo nos últimos cinco anos.
O secretário de Transportes Metropolitanos, Jurandir Fernandes, acredita que este fenômeno se deve aos incentivos dados pelo governo federal para a aquisição de carros, como a redução no IPI (Imposto Sob Produtos Industrializados). Para ele, esta foi uma política errada.
"Fala-se muito em mobilidade, mas a política federal não contribuiu para isso por um motivo muito óbvio: houve um incentivo muito grande ao transporte individual. Agora, se você olhar para o transporte coletivo, houve um aumento no valor do diesel e no preço dos ônibus", disse o secretário.
Essa realidade só mudou após as manifestações de junho do ano passado, quando houve incentivos ao transporte de massa com isenção do PIS/Cofins das empresas.
No caso das pessoas mais ricas que migraram para o transporte coletivo, o secretário disse que esse é um reflexo mundial e que a priorização da qualidade do transporte faz com que as pessoas deixem o carro ou a moto em casa e optem pelo ônibus, o trem ou o metrô para se deslocar.