Folha de S. Paulo


Com greve de motoristas, apenas 40% dos ônibus circulam em Curitiba

No segundo dia de greve de motoristas e cobradores de ônibus em Curitiba, cerca de 40% da frota do transporte público circulou na cidade na manhã desta quinta-feira (27).

A ordem de frota mínima foi determinada ontem pelo TRT (Tribunal Regional do Trabalho) durante uma audiência de conciliação. No primeiro dia de greve, 100% do transporte público da cidade ficou paralisado.

Hoje à tarde, o órgão conduzirá uma nova audiência entre patrões e empregados. Enquanto isso, a greve permanece.

Os motoristas e cobradores pedem reajuste salarial de 16% e 22%, respectivamente, além da inflação. As empresas oferecem apenas a inflação, de 5,56%.

Há uma contraproposta de 10,5% de reajuste, feita pela desembargadora Ana Carolina Zaina, do TRT. A ideia será debatida na reunião de hoje.

PRESSÃO

A greve é mais uma das pressões sobre a tarifa de ônibus de Curitiba, hoje de R$ 2,70.

Além dos motoristas e cobradores, que pedem aumento salarial, os empresários do transporte reclamam que estão acumulando prejuízos e que recebem menos do que deveriam, e os usuários se queixam da qualidade do sistema.

Por outro lado, órgãos de controle como o TCE (Tribunal de Contas do Estado) e a Câmara de Vereadores apontaram sobrepreço da tarifa de ônibus, que, segundo os relatórios, poderia baixar até R$ 0,48 com o corte de algumas despesas.

O prefeito Gustavo Fruet (PDT) diz que está obedecendo os contratos vigentes, e já manifestou irritação com a pressão pela queda da passagem. "Parece até um leilão ao contrário: quem é capaz de dar a menor tarifa?", afirmou em entrevistas recentes.

Ao mesmo tempo, o prefeito sustenta que "não vai permitir" uma tarifa a R$ 3,40, "como querem os empresários".


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