Folha de S. Paulo


Arduíno Colasanti (1936-2014) - Pioneiro e galã do Cinema Novo

Ator, surfista, mergulhador, Arduíno Colasanti foi um pioneiro em várias áreas. Nascido em Livorno, na Itália, aos 11 anos mudou-se com a família para o Rio, no fim da 2ª Guerra Mundial.

Tornou-se um verdadeiro "menino do Rio". Frequentador da praia do Arpoador, fez amizade com um grupo que começava a praticar um esporte novo na cidade, o surfe. Virou um deles.

Divulgação
Arduino Colasanti; Reprodução do curta-metragem Dois Pra lá, Dois Pra Cá
Arduino Colasanti; Reprodução do curta-metragem Dois Pra lá, Dois Pra Cá

Colasanti também gostava de mergulhar. Munido de um arpão, desaparecia no mar e voltava trazendo peixes que, depois, ele mesmo preparava.

A destreza nos mergulhos o levou a trabalhar, anos depois, como mergulhador profissional, fazendo reparos em equipamentos submersos de exploração de petróleo.

Mas foi como ator que o italiano alto, louro e de olhos azuis se tornou conhecido. Galã do Cinema Novo, estreou em "El Justicero", de Nelson Pereira dos Santos, em 1967.

Quatro anos depois, foi mais uma vez pioneiro: protagonizou o primeiro nu masculino frontal do cinema nacional, em "Como Era Gostoso o Meu Francês". Atuou em mais de 30 filmes.

Fez fama por seus namoros com atrizes como Leila Diniz e Sônia Braga. Em entrevista à Folha, em 2010, Braga contou que os dois chegaram a morar juntos no barco de Colasanti, onde estavam "sempre nus e cozinhando peixe fresco na areia".

Irmão da escritora Marina Colasanti, morreu sábado (22), aos 78 anos, em decorrência de uma infecção pulmonar. Ele estava internado desde 12 de fevereiro no Hospital Universitário Antonio Pedro, em Niterói.

Será enterrado hoje à tarde no cemitério Parque da Colina, em Niterói.

coluna.obituario@uol.com.br


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