Campinas, no interior paulista, pode decretar racionamento de água na segunda-feira (17) caso o volume de chuva hoje e amanhã fique abaixo do previsto e o governo estadual não aumente a vazão de água do sistema Cantareira para os rios da região.
O prefeito Jonas Donizette (PSB) evitou confirmar o rodízio e disse ontem (14) que é preciso "aguardar chegar segunda-feira". "Não tem como falar com antecedência", afirmou.
A previsão é de chuva para o fim de semana, segundo o Cptec/Inpe (centro de previsão do tempo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), mas ela já ficou aquém da expectativa na quinta-feira e ontem, quando o volume não foi suficiente para aumentar a vazão do rio Atibaia, onde Campinas capta 95% da água que abastece a cidade.
O plano de contingenciamento desenvolvido pela Sanasa (empresa de água e esgoto da cidade) trabalha com três cenários possíveis de racionamento, atrelados ao nível de vazão do rio.
Ontem, o Atibaia estava com 3,4 m3/s de vazão, 7,5% da média histórica de 45 m3/s para o mês de fevereiro. A análise de técnicos da Sanasa é que, caso a vazão do rio caia para 2,8 m3/s, o racionamento será necessário.
"Já estamos captando menos do que o necessário para manter o abastecimento da cidade", disse o prefeito. Campinas tem autorização para tirar até 4,7 m3/s de água do rio.
Em um primeiro momento, a cidade seria dividida em regiões e cada uma delas ficaria 4 horas sem água, uma vez por semana. Em um segundo momento, seriam 4 horas duas vezes por semana. No cenário mais crítico, seriam 6 horas sem água, duas vezes por semana.
O prefeito diz que "a situação é crítica, muito crítica", mas está confiante que o pedido feito ao governador Geraldo Alckmin (PSDB), para aumentar a vazão do sistema Cantareira para a região de Campinas, será atendido. "Conversei com o governador e reforcei o pedido. Ele se mostrou bastante sensível."
Donizette é forte aliado de Alckmin no interior do Estado e tem trabalhado politicamente para que seu partido apoie a reeleição do tucano.