Folha de S. Paulo


Ex-estudante acusada de matar o pai é condenada a 17 anos de prisão

A ex-estudante de direito Érika Passarelli Vicentini Teixeira, 32, acusada de ter planejado a morte do pai para ficar com R$ 1,2 milhão em apólices de seguro, foi condenada na madrugada desta terça-feira (11) a 17 anos de prisão, em regime inicialmente fechado.

A sentença foi lida pelo juiz Antônio Francisco Gonçalves às 2h49 desta terça, após 17 horas de julgamento em Itabirito (a 55 km de Belo Horizonte). Quatro jurados foram favoráveis à condenação, e três à absolvição.

Segundo as investigações, o pai de Érika, Mário José Teixeira Filho, 50, condenado por estelionato e foragido, contratou três seguros e planejou simular a própria morte com a ajuda da filha.

Em seguida, ele teria desistido do golpe. Érika é acusada de pedir a ajuda do então namorado e do sogro, que era policial militar, para que eles o matassem. Todos negam.

Durante o julgamento, ela se negou a responder as perguntas do promotor Cristian Lúcio da Silva. À defesa Érika disse que recebia cerca de R$ 18 mil por mês, de várias fontes de renda, e não tinha dívidas.

Já o promotor alegou que a ex-estudante de direito é "manipuladora" e ameaçava constantemente o pai.

Após a sentença, Érika foi levada para a penitenciária feminina Estevão Pinto, onde está presa há quase dois anos.

Responsável pela defesa, o advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior afirma que já entrou com recurso e vai pedir a anulação do julgamento. Para ele, os argumentos da Promotoria foram "incongruentes".

CRIME

Mário José Teixeira Filho, 50, foi encontrado morto na rodovia 356, em Itabirito, em agosto de 2010 -um mês após contratar os seguros. A filha chegou a pedir o valor das apólices, que não foi liberado devido ao inquérito.

Ao ter a prisão preventiva decretada, Érika fugiu o apartamento de alto padrão onde morava com a mãe e o padrasto, no bairro Belvedere, em Belo Horizonte.

A ex-estudante foi presa em março de 2012, após ser encontrada em um prostíbulo no Rio de Janeiro. Ela nega que tenha trabalhado no local. "Ela estava ali porque foi o fim da estrada", afirma o advogado Zanone Oliveira Júnior.

Segundo o advogado, o ex-namorado e o ex-sogro de Érika também devem responder pelo crime, mas ainda não têm previsão de ir à júri.


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