Folha de S. Paulo


Com baixo nível dos reservatórios, Valinhos (SP) inicia rodízio de água

A cidade de Valinhos (85 km de São Paulo) começou a adotar o sistema de racionamento de água. A medida começou a funcionar nessa segunda-feira (3) devido ao período de estiagem que atinge o Estado neste verão e a falta de água nos reservatórios que abastecem a cidade.

O serviço de abastecimento de água da cidade é feito pelo Daev (Departamento de Águas e Esgotos de Valinhos), órgão ligado a prefeitura da cidade.

Segundo o departamento, o rodízio deve funcionar da seguinte forma: a cada dia, técnicos de um centro de controle operacional observam o nível dos reservatórios e a pressão da água.

Em seguida, verificam quais bairros ficaram menos abastecidos em relação aos demais. A partir daí, sempre que necessário, a água que seria distribuída pela rede a outros bairros passa a ser destinada a estes locais.

"Vamos fazer um espécie de rodízio, de uso racional da água. Todos os bairros vão ter água todos os dias, mas em períodos diferentes", explica o presidente do Daev, Luiz Mayr Neto.

Ele diz que a medida ocorre diante de uma situação atípica. "Trabalho há 35 anos aqui e nunca vi uma estiagem dessa", afirma. "É [uma ação] emergencial. Se voltar a chover, tudo se normaliza."

Além da redistribuição de água, a prefeitura afirma ter iniciado uma campanha para uso racional da água como forma de prevenir o desabastecimento. A ação ocorre por meio de panfletos e carros de som.

Moradores flagrados lavando quintais, carros ou motos com água tratada podem receber multa por desperdício de água.

Segundo o Daev, as "medidas drásticas são essenciais especialmente neste momento crítico e atípico de falta de chuvas e baixo nível dos mananciais e do rio Atibaia".

RISCO DE RACIONAMENTO

Outras cidades do interior paulista, como Campinas, Piracicaba, Limeira e Rio Claro, estão sob o risco de enfrentar um racionamento de água ainda neste mês.

A mesma situação é vivida em São Carlos e Descalvado, na região de Ribeirão Preto.

Em Campinas, a terceira maior cidade paulista, o racionamento é tido como "inevitável" por autoridades locais se não chover nos rios da região até o dia 20.

O volume de água armazenado no sistema Cantareira, que abastece 8 milhões de pessoas na região metropolitana de São Paulo e 5,5 milhões na região de Campinas, já atinge menor patamar em uma década - com 21,2% da sua capacidade nesta terça-feira (4).


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