Folha de S. Paulo


Filho de Eduardo Coutinho é indiciado sob suspeita da morte do pai

O delegado-chefe da Divisão de Homicídios do Rio, Rivaldo Barbosa, que investiga a morte de Eduardo Coutinho, disse que o crime é "uma expressão genuína da palavra tragédia", provocada por um surto psicótico do filho do cineasta, Daniel Coutinho, 41.

Daniel foi indiciado sob suspeita de homicídio do pai e tentativa de homicídio da mãe. Também ferido com duas facadas no abdome, ele será preso quando sair do hospital, onde permanece sob custódia da polícia. Não há previsão de alta.

Segundo o delegado, Daniel esfaqueou primeiro o cineasta e, depois, partiu para desferir cinco golpes na mãe, Maria das Dores Oliveira Coutinho, 62. Mesmo ferida, ela conseguiu se trancar no banheiro e ligar para outro filho do casal, que não morava no apartamento onde ocorreu o crime, na manhã deste domingo (2), na Lagoa (zona sul do Rio).

O delegado disse que, enquanto a mãe estava no banheiro, Daniel saiu correndo, já ferido, pelo prédio e disse aos vizinhos, aos gritos: "Libertei meu pai e tentei libertar minha mãe e eu. Tentando me furei duas vezes e nada acontece".

Nesse momento, um dos vizinhos olhou pela fresta da porta, e ao ver o corpo do cineasta no chão, ligou para o porteiro que chamou os bombeiros.

Depois, Daniel voltou para o local do crime e se fechou em um cômodo do apartamento. Os bombeiros, que segundo a polícia chegaram em poucos minutos, constataram a morte do cineasta e socorrem sua mulher. Daniel Coutinho também foi socorrido e levado ao hospital, junto com a mãe.

A mãe foi ferida com cinco golpes (dois nas mamas e três no abdome). Ela e o filho foram operados no hospital Miguel Couto, no Leblon (zona sul), e seguem internados. O quadro dele é estável. O da mãe é considerado grave.

No apartamento foram encontradas pela polícia as duas facas usadas no crime. Ainda de acordo com o delegado, já foram ouvidas quatro testemunhas, mas outros moradores serão intimados a depor nos próximos dias. Com os depoimentos o delegado pretende saber se as brigas eram constantes e se havia relato de uso de drogas por parte de Daniel.

O corpo de Coutinho foi encaminhado ao IML (Instituto Médico Legal), onde foram feitos exames que constataram a morte por ação de objeto perfuro-cortante. O laudo final será divulgado em no máximo 30 dias, no qual será confirmado o tipo de arma usada e outros detalhes do crime.

O corpo de Eduardo Coutinho será velado a partir das 10h desta segunda-feira (3), na Capela 3 do Cemitério São João Batista, em Botafogo, na zona sul.

O enterro está marcado para as 16h no mesmo cemitério.


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