Folha de S. Paulo


Câmeras da Prefeitura de SP registram ação da polícia na cracolândia

Câmeras de monitoramento da Prefeitura de São Paulo registraram a ação que provocou um confronto entre policiais civis e usuários de drogas na tarde desta quinta-feira, na região da cracolândia, no centro da capital paulista.

Segundo a prefeitura, as imagens foram feitas na esquina da rua Helvétia com a alameda Barão de Piracicaba e flagrou o início da ação, por volta das 15h.

Os policiais civis chegaram ao local inicialmente em carros e com roupas civis, e fizeram a prisão de um rapaz. Um grupo protestou contra a prisão e atirou pedras e pedaços de pau contra os policiais, quebrando os vidros do veículo usado pelos policiais.

Cerca de 30 minutos depois, aproximadamente dez carros da Polícia Civil cercaram o local. Foram fechados dois quarteirões da alameda Barão de Piracicaba e os policias usaram bombas de efeito moral.

O confronto durou cerca de 20 minutos. Ao menos três pessoas foram feridas. Algumas chegaram a dizer que foram atingidas por balas de borracha, mas a Polícia Civil afirmou que não usa balas de borracha.

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Tanto a prefeitura quanto a Polícia Militar afirmaram que não sabiam da operação da Polícia Civil.

A delegada Elaine Biasoli, diretora do Denarc (departamento de narcóticos), foi uma ação comum para prisão de traficantes. Por isso, segundo ela, não havia necessidade de informar a Prefeitura de São Paulo ou a Polícia Militar.

Elaine negou que os policiais tenham feitos disparos de bala de borracha. Afirmou que apenas bombas de efeito moral foram usadas. Segundo a polícia, cinco pessoas foram presas na operação. Também tiveram seis feridos, sendo três deles policiais civis.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública afirmou que a ação foi legítima. "Houve resistência, três policiais foram feridos e três viaturas danificadas. Os policiais buscaram reforço e realizaram quatro flagrantes por tráfico de drogas. O Denarc não possui e não usou bala de borracha na ação", afirmou.

A cracolândia tem sido alvo de uma operação da prefeitura de ressocialização de usuários de drogas. A gestão Fernando Haddad (PT) está pagando R$ 15 por dia a cerca de 400 usuários da região em troca de trabalho em serviços de zeladoria, como varrição de parques da cidade.

O pagamento é feito com base no dia trabalhado, não por valor fechado no final do mês. Assim, caso a carga horária do dia não for cumprida, ele não recebe. Hotéis da região também estão sendo cadastrados pela prefeitura para abrigar usuários de droga.

Na semana passada, Haddad disse que a região estava ocupada pela GCM (Guarda Civil Metropolitana) e pela Polícia Militar, e que todos estão orientados a não promover uma "política higienista" no local.


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