Folha de S. Paulo


Onda de violência no Rio deixa 17 mortos em uma semana

Ao menos 17 pessoas foram assassinadas a tiros numa onda de violência que aterroriza a Baixada Fluminense há uma semana. A cúpula da Polícia Civil trabalha com a hipótese da maioria dos crimes terem sido motivados por uma disputa entre traficantes.

Investigação aponta que traficantes de áreas ocupadas por UPPs (Unidades de Polícia Pacificadora) no Rio estão migrando para a Baixada Fluminense. Lá, facções criminosas rivais estariam disputando pontos de venda de drogas e o domínio de favelas.

Dessas 17 mortes, apenas três teriam sido cometidas por milicianos e uma por uma desavença entre vizinhos. Segundo a Polícia Civil, testemunhas e familiares estão sendo ouvidos, câmeras de segurança analisadas e laudos de perícia são aguardados para auxiliar na identificação dos assassinos.

Os municípios apontados como mais violentos são Mesquita, Nova Iguaçu, Belford Roxo, Magé, São João de Meriti e Nilópolis. A sequência de crimes teve início no último dia 9 com oito assassinatos num só dia.

"Em Nova Iguaçu houve dois homicídios na Posse e seis em Comendador Soares. O delegado já tem convicção que se deram em razão de guerra do tráfico", disse a chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, delegada Martha Rocha, em entrevista ao "Bom Dia Rio", da TV Globo, ontem.

Na noite de quarta, outras cinco pessoas foram mortas a tiros nos municípios de Nilópolis, Magé e São João de Meriti.

Os últimos dados levantados pelo ISP (Instituto de Segurança Pública) mostram que o número de homicídios dolosos –aqueles com intenção de matar– aumentaram 28,6% na Baixada Fluminense de janeiro a setembro de 2013, na comparação com o mesmo período de 2012.

Houve ainda aumento de 85,7% dos casos de auto de resistência (mortes decorrente de ação policial). Os roubos de veículos e de transeuntes também chamam a atenção. O primeiro subiu 36,2% e o segundo 35,5%.


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