Folha de S. Paulo


Ciclista morre após ser atropelado e arrastado por 6 km no PR; veja vídeo

Um ciclista de 31 anos morreu na noite de sexta-feira (10), na região metropolitana de Curitiba, após ser atropelado por uma caminhonete e arrastado por cerca de seis quilômetros sobre o para-brisa do veículo.

O motorista, José Adil Simioni, 58, estava bêbado. Ele foi preso em flagrante pela Polícia Rodoviária Federal. O teste do bafômetro indicou que Simioni tinha 2 miligramas de álcool por litro de ar –o limite máximo aferido pelo equipamento.

"Ele estava tão embriagado que não falava coisa com coisa", afirma o superintendente da guarda municipal de Pinhais, José Arildo de Oliveira, que fez o primeiro atendimento à ocorrência.

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O atropelamento ocorreu na BR-116, no perímetro urbano da cidade de Colombo, por volta das 21h de sexta-feira. Com a batida, o ciclista Marco Aurélio Sadlovski atravessou o para-brisa do carro, na altura do banco do passageiro, e ficou preso pelo vidro.

O motorista percorreu seis quilômetros com Sadlovski atravessado no vidro, até que foi forçado a parar por motociclistas que viram o acidente, quando estava no município de Pinhais. A vítima, porém, já havia morrido.

"Ele não tinha a menor noção ou consciência do que estava fazendo", diz Oliveira. Guardas municipais tiveram que evitar que o motorista fosse agredido por testemunhas, que gritavam "lincha, lincha" e "tem que morrer".

HOMICÍDIO DOLOSO

Sadlovski, 31, tinha dois filhos e trabalhava como pedreiro. Já Simioni é caminhoneiro aposentado e seguia para casa, em Pinhais, quando ocorreu o acidente. Ele não tem passagens anteriores pela polícia.

Segundo seu advogado, Julio Cezar Rodrigues, Simioni está traumatizado. "Agora é que caiu a ficha. Ele queria saber como ficou a família do rapaz, o que estão fazendo. Está arrasado", afirma.

Em vídeo divulgado pela guarda municipal de Pinhais, Simioni aparece cambaleando ao ser detido. Ele não conseguiu explicar o que havia ocorrido à polícia.

O motorista foi preso em flagrante e deve responder por homicídio doloso, quando há intenção de matar ou se assume esse risco, e por dirigir embriagado.

Rodrigues pediu o relaxamento da prisão nesta segunda-feira (13), argumentando que seu cliente é réu primário, tem residência fixa e problemas cardíacos. Por enquanto, ele permanece preso.

"O meu objetivo é tentar relaxar o flagrante. Depois ele vai responder, vai assumir a responsabilidade, ver o que foi feito de certo e errado e tocar a vida", afirma o advogado.


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