Pela manhã, toda vez que ligava a TV e assistia a um programa feminino, Maria Tereza nutria o orgulho de ter inaugurado o gênero no país.
No final da década de 50, o horário da tarde na televisão brasileira era um espaço vazio, sem atrações. Mas com a estreia do programa "Revista Feminina", na TV Tupi, isso mudaria definitivamente.
Apresentado por Maria Thereza Gregori, o programa de duas horas de duração trazia atrações musicais, entrevistas, informações sobre saúde e, claro, receitas da culinarista Ofélia.
Maria Thereza dizia que seu programa não seria reduto de assuntos pueris. Exemplo disso foi um dos primeiros debates da TV brasileira sobre feminismo, na década de 1960, com a presença das sociólogas Ruth Cardoso, Heleieth Saffioti e a filósofa Marilena Chauí, além da atriz Regina Duarte.
O programa serviu ainda a muitos artistas em início de carreira como porta de entrada para a TV. Assim foi, por exemplo, como a atriz Gloria Menezes, o estilista Clodovil. O "Revista Feminina" permaneceu no ar por 26 anos, passando por três emissoras.
Maria Thereza era devota de São Pio de Pietrelcina, padre italiano que conheceu ainda criança em viagem com a mãe à região de Nápoles. Segundo a família, sua fé inflexível lhe conferia uma tranquilidade e caráter únicos.
Morreu na terça-feira (17), em São Paulo, aos 88, vítima de uma embolia pulmonar. Deixa o marido Átila, e dois filhos, Marcelo e Átila Júnior.
Uma missa em homenagem à Maria Thereza será realizada hoje às 19h, na Capela Santa Teresinha, na Rua Maranhão, em Higienópolis.
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