Folha de S. Paulo


Polícia impede 'rolezinho' em shopping Campo Limpo, na zona sul de SP

A presença da PM (Polícia Militar) frustrou um "rolezinho" marcado para a tarde deste sábado (21) no shopping Campo Limpo, zona sul de São Paulo.

Organizados nas redes sociais, os "rolezinhos" são encontros maciços de jovens em centros comerciais, marcados por tumulto e detenções.

As reuniões vêm assumindo tom de protesto contra o projeto de lei que proíbe a realização de bailes funk, aprovado pela Câmara Municipal no início do mês. O projeto ainda precisa ser sancionado pelo prefeito Fernando Haddad para entrar em vigor.

Pelo menos oito homens da Força Tática entraram com armas de balas de borracha e granadas de gás no shopping, que estava cheio com o movimento para o Natal. A polícia também posicionou carros e motos nas entradas do centro comercial e em seu estacionamento.

Os policiais chegaram a abordar grupos de jovens dentro do centro comercial, que acabaram deixando o local. Na página que chamava para o encontro no Facebook, alguns jovens atribuíram à presença da PM o fracasso da manifestação.

No início da tarde, a PM informou que estava atenta a "possíveis problemas" no shopping, mas como a segurança do local é feita por empresa privada, só atuaria se fosse acionada ou se houvesse "atentado à ordem pública". A assessoria de imprensa do Shopping Campo Limpo não se manifestou.

OUTROS CASOS

No último dia 7, cerca de 6.000 jovens foram a um encontro do tipo no shopping Itaquera, na zona leste paulistana, onde houve confusão e denúncias de roubo.

No último sábado (14), um "rolezinho" no shopping Internacional de Guarulhos, na Grande São Paulo, terminou em tumulto e 23 pessoas detidas, após uma denúncia de arrastão. Apesar do chamado à polícia, o centro comercial afirmou, em nota, que nada foi roubado.

O grupo detido –formado por 20 adultos e três adolescentes– foi levado à ao 2º DP de Guarulhos para averiguação e liberado horas depois, sem nenhuma acusação formal foi feita contra os jovens.

CONSUMO E PROTESTO

No último dia 7, cerca de 6.000 jovens foram a um encontro do tipo no shopping Itaquera, na zona leste paulistana, onde houve confusão e denúncias de roubo.

Para o sociólogo da Universidade Presbiteriana Mackenzie, João Clemente Neto, as manifestações em shoppings estão ligadas à carência de locais para lazer e cultura e à visibilidade dos locais para passar sua mensagem.

"Tudo que nós falamos de consumo, que ele quer ver e quer consumir, aparece no shopping. E ao mesmo tempo é uma forma de resistência, porque ali é o espaço do consumo. Então, quando você fala ali, é uma forma de se autorreconhecer, daquele grupo se reconhecer naquele espaço", afirma.

Com Agência Brasil


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