Folha de S. Paulo


Manoel Pio Corrêa Jr. (1918-2013) - O diplomata, as viagens e os livros

Ao lado da família, o carioca Manoel Pio Corrêa conheceu os cinco continentes ainda criança. Seu pai, um famoso botânico de mesmo nome, viajava o mundo como pesquisador do museu de história natural de Paris à procura de plantas desconhecidas.

Durante o toda a vida, Pio não deixou de cruzar continentes. Diplomata, viveu em vários países. Tinha um carinho especial por Argentina e México, mas seu coração era da França, para onde ia de duas a três vezes por ano.

Grande conhecedor da Revolução Francesa, era dono de cerca de 1.000 publicações só sobre o tema, em diferentes línguas --falava pelo menos seis, além do português.

Sua biblioteca particular, no entanto, era muito maior. Herdou centenas de livros de seu avô paterno, um livreiro espanhol, e do escritor brasileiro Graça Aranha, avô de sua mulher, Thereza Maria.

Também é autor de vários títulos, entre eles o de memórias "O Mundo em que Vivi".

Ultraconservador, apoiou o golpe de 1964 e considerava Getúlio Vargas e Castelo Branco os melhores presidentes do Brasil. Colega de Alzira, filha de Getúlio, na Faculdade de Direito do RJ, trabalhou no gabinete do político.

Após se aposentar no serviço diplomático, no qual ficou de 1937 a 1969, presidiu as unidades brasileiras da Siemens e da American Express. Trabalhou ainda em outras empresas e prestou consultoria até pouco tempo atrás.

Sofria de uma doença degenerativa. Morreu na sexta (6), aos 95 anos. Deixa a viúva, com quem foi casado por 70 anos, e os filhos, Manuel e Luiz, também diplomata.

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