Folha de S. Paulo


Chuvas inundam casas, deixam alunos sem aulas e moradores ilhados no Rio

Casas inundadas, estudantes sem aulas, motoristas ilhados sobre o capô de carros, passageiros amontoados em estações fechadas de trem e metrô.

A quarta-feira (11) começou com sofrimento para moradores do Rio e da Baixada Fluminense, onde fortes chuvas provocam alagamentos desde o início da manhã.

Editoria de Arte/Folhapress

A situação mais dramática é em Nova Iguaçu, na Baixada, onde há um desaparecido e cerca de mil pessoas desabrigadas.

O prefeito Nelson Bornier (PMDB) fechou as 127 escolas municipais e decretou estado de calamidade pública. Moradores tentavam usar colchões de ar como canoas para deixar suas casas e escapar do alagamento.

O morador do bairro de Rodilândia Martinho da Silva, 50, estava desaparecido até as 13h.

Os alagamentos pararam vias de acesso ao Rio, como a rodovia Presidente Dutra, e provocaram atrasos e interdições no transporte sobre trilhos.

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Os trens ficaram parados desde cedo nos ramais de Belford Roxo e Saracuruna, que levam trabalhadores da Baixada para o Rio. No metrô, cinco estações foram interditadas na linha 2, entre Pavuna e Colégio.

Muitas famílias da zona norte da capital não conseguiram sair de casa. Morador da favela de Vigário Geral, Carlos Souza, 35, contou à Folha que está ilhado em seu apartamento desde o início da manhã.

"Estou preso em casa, observando as pessoas enfrentando a água com barcos ou pranchas de surf", disse.

Enquanto o prefeito Eduardo Paes (PMDB) pedia na TV que a população ficasse em casa, milhares ainda se arriscavam para tentar chegar ao trabalho.

As cenas de desespero se repetiam em vias que dão acesso ao centro Rio, como a Radial Oeste, que ficou inundada próximo ao estádio do Maracanã, e a avenida Brasil.

Na Brasil, motoristas chegaram a voltar na contramão com medo de arrastões. Outros abandonaram seus carros perto de bolsões de água e tentaram escapar a pé nas proximidades de Manguinhos, na zona norte.


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