Seis de cada dez pessoas registradas pela polícia durante os protestos ocorridos em São Paulo entre junho e outubro deste ano têm pelo menos 2º grau completo --e um terço do total chegou inclusive a cursar alguma faculdade, ainda que não tenha terminado a graduação.
O perfil desses manifestantes indica escolaridade acima da média dos brasileiros.
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Por exemplo: 14% deles tinham ensino superior completo, contra um índice próximo de 8% na população, segundo o Censo de 2010.
Do total das pessoas registradas nos protestos, 59% tinham ensino médio completo e 34% tinham ensino superior completo ou incompleto.
Os dados foram compilados pela Folha a partir da análise de 160 boletins de ocorrência abertos durante os protestos.
Pelo levantamento, 39% dos detidos eram estudantes e outros 4%, professores; 7% estavam desempregados.
Para a professora Esther Solano, da Unifesp, os dados se assemelham ao perfil dos protestos no mundo todo.
"São jovens, em suas primeiras experiências políticas, com um certo grau de escolaridade formal e muito desencantados com os veículos tradicionais da política", afirma.
Do total de detidos, 49% eram jovens entre 18 e 24 anos e 21% eram adolescentes.
Metade foi classificada como sendo branca, mas sobre 26% não há informações sobre cor ou raça.
Para Pablo Ortellado, professor da USP, o perfil dos detidos pode não corresponder ao dos manifestantes, porque "pessoas vulneráveis", como jovens da periferia, estão mais sujeitas à ação policial.
Editoria de Arte/Folhapress | ||