Folha de S. Paulo


Escolas estaduais de SP terão aula em vídeo e aplicativos do Google; docente será treinado

O governo de São Paulo anunciou nesta quarta-feira (27) uma parceria com o Google para capacitar, durante o ano que vem, os cerca de 300 mil professores da rede estadual dos ensinos fundamental e médio para que eles utilizem ferramentas on-line do Google, como o Gmail e o Google Docs, em atividades complementares.

O projeto em conjunto com a empresa americana também define que os professores usem uma plataforma de vídeo on-line para compartilhar ou transmitir em tempo real aulas filmadas.

O treinamento dos docentes ainda não tem duração exata definida, mas, segundo a secretaria, durará 2014 inteiro, a partir do primeiro dia letivo do ano. Por meio da iniciativa, os professores e alunos terão gratuitamente acesso à versão educacional dos programas, que é normalmente paga.

Um canal de videoconferência que usará o sistema Hangouts (antigo Gtalk) será usado para aulas e discussões à distância para as cerca de 5.000 escolas, segundo o governo. "Uma plataforma colaborativa como essa faz as escolas saírem de seus muros", disse Alckmin.

Durante o anúncio, realizado nesta manhã no Palácio dos Bandeirantes, a subsecretária estadual de educação, Rosângela Morroni, disse que não haverá substituição de aulas presenciais por virtuais, e tampouco de exercícios em sala pelos feitos no computador.

Yuri Gonzaga/Folhapress
Alckin fala observado por Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil, e Rosângela Morroni, subsecretária estadual de educação
Alckin fala observado por Fabio Coelho, presidente do Google no Brasil, e Rosângela Morroni, subsecretária estadual de educação

Apesar disso, isso "dependerá da vontade de cada professor e do uso que ele quiser dar [para os aplicativos]", segundo a secretaria.

O treinamento englobará todos os professores e será feito por meio da Efap (Escola de Formação e a Aperfeiçoamento dos Professores), com funcionários da tecnologia do governo e supervisão do Google, com aulas presenciais e à distância.

FOCO NO PROFESSOR

"Vamos criar, com isso, comunidades de professores que vão utilizar essas ferramentas para criar conteúdo para a sala de aula", disse em entrevista à Folha Nelson Mattos, diretor de engenharia para a Europa e países emergentes do Google.

Projetos do tipo já estão sendo realizados na Malásia e na Tailândia. Segundo Mattos, o brasileiro é "o maior desse porte" e pode abrir portas para parcerias com outros governos estaduais no país. Há outras parcerias no país, mas só com instituições do ensino superior.

"O principal não é a tecnologia propriamente dita, mas sim o que os professores vão fazer com ela", diz Mattos. "Há muitos professores que sabem usar a internet, são ativos, mas muitos não. Os alunos, de forma geral, têm condição de aprender aquilo rapidamente, mas o professor, nem sempre."

"O Google não é uma empresa de educação, mas é muito importante para nós, que queremos nivelar [em oportunidades individuais] a sociedade, disse o presidente do Google no Brasil, Fabio Coelho, durante o anúncio. "Podemos fazer do Brasil um país mais eficiente."

A parceria vinha sendo discutida desde o ano passado. No final de outubro, o governo paulista anunciara uma parceria com a Microsoft para prover o pacote Office gratuitamente aos alunos da rede estadual.

Os projetos fazem parte de uma iniciativa pela inclusão digital no Estado, que inclui a Evesp (Escola Virtual do Estado de São Paulo).

"Nosso objetivo é disponibilizar ferramentas digitais atreladas ao currículo que permitam maior interatividade em ganhos e práticas escolares", disse Herman Voorwald, secretário da educação, em comunicado.

Os alunos e professores também poderão usar um disco virtual de 25 Gbytes no Google Drive (a versão gratuita permite 10 Gbytes).

Os programas funcionam também em celulares e em tablets. Outros aplicativos do pacote são Spreadsheets (planilhas) e Google+, uma rede social.


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