Folha de S. Paulo


Ministério Público pedirá sequestro de flats vendidos a auditores

O Ministério Público vai solicitar à Justiça entre hoje e segunda-feira o sequestro de três flats vendidos para três auditores fiscais investigados por participação na máfia do ISS. A medida visa recuperar parte do dinheiro desviado no esquema.

Os imóveis foram vendidos por Marco Aurélio Garcia --irmão de Rodrigo Garcia, ex-secretário da gestão Kassab (PSD) e atual secretário de Desenvolvimento da gestão Geraldo Alckmin (PSDB)-- aos auditores Ronílson Rodrigues, Eduardo Barcellos e Fabio Remesso.

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Como as transações não foram registradas em cartório, Garcia passou a ser investigado por suspeita de lavagem de dinheiro do grupo de auditores. A informação foi divulgada ontem pelo promotor Rodrigo Bodini.

As ligações de Garcia com o grupo surgiram depois que o Ministério Público apontou que ele era o locatário do escritório no centro de São Paulo onde os auditores se reuniam para discutir negócios. Ele afirma que havia emprestado o imóvel a Ronílson Bezerra Rodrigues, apontado como um dos líderes da suposta quadrilha.

No escritório, o Ministério Público ainda apreendeu R$ 88 mil em dinheiro e até hoje ninguém assumiu ser dono da quantia, nem Garcia nem Ronilson.

Os advogados de Ronilson e Garcia negaram que eles sejam donos do dinheiro.

A Folha já havia revelado que Garcia confirmou ter feito a venda de um flat a Ronilson por "contrato de gaveta" --acordo entre as partes sem formalização oficial da transação. O mesmo ocorreu com os outros dois imóveis.

Bodini disse que a venda não teve registro porque o dinheiro tem origem ilegal.

O Ministério Público reuniu como prova da compra o contrato de gaveta em nome de Ronilson, que foi apreendido no dia 30 de outubro. E ainda obteve de Barcellos a confissão da compra. Além disso, uma testemunha informou que o terceiro flat foi adquirido por Remesso.

Ontem, o promotor disse que foi apreendido um extrato bancário de Ronilson que comprova que ele enviou R$ 389 mil para a conta de uma empresa que tem Marco Garcia como sócio.

"Há elementos de lavagem de dinheiro por parte de Marco Aurélio Garcia. Ele comprou os imóveis e os alienou aos auditores, que esconderam patrimônio através da compra desses imóveis."

OUTRO LADO

O advogado de Garcia, Rogério Cury, diz que seu cliente "não é beneficiário, intermediário ou sequer tem envolvimento com o esquema de corrupção envolvendo" a Máfia do ISS. Cury, em nota, nega que Garcia tenha mantido "relacionamento próximo, de amizade íntima" ou sociedade com Ronilson.

Segundo Cury, ele somente emprestou a sala usada como escritório pelo grupo e


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