Folha de S. Paulo


Fiesp vai à Justiça para barrar reajuste do IPTU em São Paulo

A Fiesp (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) e o CIESP (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo) entraram com uma ação na Justiça na tarde desta quinta-feira para barrar o reajuste do IPTU na cidade de São Paulo para 2014.

O aumento médio do imposto chega a 19,8% em algumas regiões da cidade e foi aprovado pela maioria dos vereadores da cidade em duas votações na Câmara. A ação de hoje é um pedido de liminar para imediata suspensão da lei. Ela foi proposta em conjunto com sindicatos da área comercial.

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, disse que o aumento "fere o princípio da razoabilidade por onde quer que se analise". Ele afirmou ainda que "não é razoável aumentar um imposto acima dos ganhos de renda da população". Segundo ele, os paulistanos não conseguirão pagar o IPTU caso a decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) se mantenha.

Ontem, Haddad foi vaiado durante evento em homenagem ao Dia da Consciência Negra, na região central de São Paulo. Latinhas de cerveja também foram arremessadas contra o petista enquanto ele discursava no vale do Anhangabaú. Uma passou bem perto de sua perna. Segundo a assessoria, Haddad, que seguiu com o discurso, não foi atingido.

"Não deixo de falar quando a população está vaiando porque, se você deixar de falar quando vaiam, você vai ficar envaidecido quando te aplaudirem", disse.

O prefeito associou as vaias à "desinformação" sobre o reajuste do IPTU. "Estão achando que o IPTU na periferia vai subir, mas, como a população está muito desinformada, na hora que chegar o carnê tudo muda", disse.

"Se precisamos cobrar um pouquinho mais de IPTU de quem tem muito para levar para quem tem pouco, não vamos nos intimidar." Haddad disse ainda que "a reação é natural porque este é o ano dos protestos".

A vaia ocorre não só após a alta do imposto, mas também depois da demissão do braço direito de Haddad, Antonio Donato. O ex-secretário de Governo passou a ser investigado após um envolvido na máfia do ISS dizer que lhe pagava mesada de R$ 20 mil quando ele era vereador.


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