O Tribunal de Justiça de São Paulo decidiu nesta segunda-feira (4) pela reintegração de posse imediata da reitoria do Campus Butantã da USP (Universidade de São Paulo). Com a decisão, em caráter liminar (temporário), o local ocupado desde 1º de outubro por um grupo de estudantes deve ser esvaziado ou a universiadade poderá acionar a polícia para retirá-los.
Uma das principais reivindicações dos estudantes que ocupam o local é escolher os próximos reitores por meio de eleições diretas.
No dia 15 de outubro, o desembargador José Luiz Germano havia dado prazo de 60 dias para a desocupação do local. A USP, porém, solicitou a antecipação desse prazo, alegando incidentes como depredação, quebra de vidraças e bloqueio de vias da Cidade Universitária promovidos pelos estudantes.
"Como se vê, trata-se de caso extremamente grave que vem atrapalhando o bom andamento da Universidade de São Paulo, uma vez que seus agentes estão sendo obrigados a despachar outro endereço dentro do campus, pois existem alunos ordeiros que não pertencem a este grupo, e pretendem ter continuidade nos seus dias letivos", escreveu o desembargador Xavier de Toledo na decisão de hoje.
Cerca de 500 alunos participam da ocupação, segundo integrantes do DCE (Diretório Central dos Estudantes). De acordo com a USP, o campus possui algo em torno de 50.000 estudantes.
ACORDO
Em nota, o DCE manifestou "completo repúdio" à decisão judicial de reintegração de posse. "Estão em curso negociações que têm avançado com base no diálogo e na democracia", dizem os estudantes.
Ainda segundo os alunos, advogados do DCE pedirão nesta terça-feira (5) uma nova audiência de conciliação entre reitoria e o movimento estudantil.
Hoje, em reunião, o comando de greve --grupo que organiza a greve-- sinalizou aprovação a uma proposta de acordo apresentada pela USP em 31 de outubro.
A decisão de pôr fim à ocupação, porém, será submetida a uma assembleia, convocada para a próxima quarta-feira.