Folha de S. Paulo


Comando das UPPs anuncia substituição de 70 PMs da Rocinha

O coronel Frederico Caldas, coordenador das UPP (Unidade de Polícia Pacificadora), anunciou neste domingo (3) que 70 policiais militares da UPP da Rocinha, na zona sul do Rio, serão substituídos.

A decisão, segundo o coronel, foi motivada pelo desgaste psicológico, em parte da tropa, e devido ao clima tenso desde o desaparecimento do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza, morador da Rocinha, em 14 de julho.

"Os policiais estavam se sentindo acuados, intimidados. A gente compreende e decidiu fazer a troca", disse Caldas ao site "G1", durante o velório do soldado PM Melquizedeque dos Santos Basílio, 29, morto na noite de sábado (2) após confronto com criminosos na localidade patrulhada pela UPP Parque Proletário, no Complexo do Alemão, na zona norte.

O relacionamento entre os moradores e os PMs que ocupam a Rocinha se deteriora desde as denúncias de tortura e assassinato de Amarildo. No sábado, cerca de 70 moradores da favela fizeram um velório simbólico e protestaram reivindicando saber o paradeiro dos restos mortais do pedreiro.

Até agora, 25 policiais da UPP da Rocinha foram denunciados pelo desaparecimento de Amarildo. Deste total, 13 estão presos e outros 12 respondem em liberdade. Todos os presos negam as acusações de que teriam torturado o pedreiro e ocultado o seu cadáver.

Na manhã deste domingo, um tiroteio entre policiais militares e supostos traficantes assustou os moradores da Rocinha. Em nota, a assessoria de imprensa das UPPs afirmou que a troca de tiros teve início após policiais da unidade da Rocinha terem ido checar denúncias anônimas na Rua 1.


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