O ex-prefeito paulistano Gilberto Kassab e o seu PSD estão preparando o terreno para um desembarque completo da atual administração do petista Fernando Haddad. A esta altura, é quase impossível que PSD e PT caminhem juntos na eleição de 2014 no Estado de São Paulo.
A decisão de ontem de colocar a bancada de vereadores paulistanos do PSD para votar contra o aumento do IPTU foi um item essencial na estratégia kassabista.
Ele considera que Haddad vem cometendo muitos erros administrativos e políticos. Por essa razão, a companhia do prefeito é pouco atraente para quem deseja se dar bem entre os eleitores paulistas mais conservadores.
Ninguém deve esperar de Kassab alguma declaração mais contundente agora. O ex-prefeito vai se equilibrar no discurso de sempre, dizendo que o PSD "é independente" e que vai "votar a favor de bons projetos para a cidade de São Paulo".
No caso do IPTU, o argumento do PSD é o de que o aumento é punitivo para a cidade. Por essa razão, a sigla decidiu ser contra.
Apesar de avaliar que administração de Haddad é ruim, Kassab acredita que não ganha nada fazendo críticas mais pesadas neste momento, durante o primeiro ano do mandato do petista. O momento certo para apontar o dedo para possíveis erros administrativos será 2014, durante o processo eleitoral.
Kassab tem dois objetivos no curto prazo. O primeiro deles é consolidar seu partido nas eleições do ano quem. Precisa eleger o máximo que puder de deputados estaduais e federais. A segunda é tentar se eleger governador.
Embora reconheça em conversas reservadas que é difícil sua tentativa de chegar ao Bandeirantes, sabe que tudo ficará mais difícil se estiver encostado ao PT no Estado.
Por essa razão é necessário fazer um desembarque programado da gestão Haddad, com quem havia ensaiado um bom relacionamento no início deste ano.
O posicionamento do PSD contra o aumento do IPTU proposto pelo PT é o primeiro ato de um rompimento que deve ser formalizado em 2014.