Folha de S. Paulo


Associações de moradores fazem abaixo-assinado contra aumento do IPTU

Ao menos 25 associações de moradores se reuniram para fazer um abaixo-assinado on-line contra o aumento de 35% no IPTU para imóveis comerciais e de 20% para residenciais.

O projeto será submetido amanhã a votação final na Câmara, mas a gestão Fernando Haddad (PT) quer votar ainda hoje, temendo protestos.

Com medo de protestos, PT quer votar aumento do IPTU ainda hoje

Em uma semana, a petição já reuniu mais de 27 mil assinaturas neste endereço eletrônico change.org/IPTUsaopaulo

"Não houve aumento da renda que justificasse um aumento do imposto. O que existe é uma valorização dos imóveis que mal sabem os critérios técnicos para isso porque a prefeitura não deixou transparente para os cidadãos", disse Sérgio Reze, do Movimento Defenda São Paulo.

A entidade é uma das que esteve presente na reunião de hoje que congregou dezenas de associações do comércio e foi convocada por Rogério Amato, presidente da Associação Comercial de São Paulo.

"Esse projeto produz injustiça social, pressupõe que o cidadão tenha que vender o imóvel e se deslocar de onde esta para poder arcar com o imposto", afirma Reze. "Esse aumento vai fazer com que as pessoas se desloquem para a periferia e as de maior renda vão ficar nas áreas centrais."

O abaixo-assinado foi feito coletivamente por associações como a Saap (Sociedade dos Amigos de Alto dos Pinheiros), AJP (Associação Jardim Paulistano), Saib (Sociedade Amigos do Itaim Bibi) e entre outras.

IMPOSTO

A Câmara aprovou na última quarta-feira (23), em primeira votação, uma proposta de reajuste do IPTU na cidade menor do que queria o prefeito Fernando Haddad (PT) --mas, ainda assim, muito acima da inflação.

O imposto subirá até 20% para imóveis residenciais e até 35% para os demais (inclui aí os do comércio e indústria, por exemplo) em 2014, conforme proposta que passará por nova votação amanhã.

Na média, a alta deve ser de 18% no ano que vem --superior à inflação anual próxima de 6%, mas abaixo dos 24% que Haddad pretendia.

Regiões com maior valorização imobiliária desde 2009 devem sofrer maior impacto.

Pelo texto aprovado, imóveis com valorização acima dos tetos de reajuste pagarão novos aumentos nos anos seguintes, mas limitados a 10% e 15%, respectivamente.

Na prática, uma residência e um comércio com IPTU de R$ 2.000 poderão pagar até R$ 3.194 (alta de 60%) e R$ 4.106 (de 105%), respectivamente, daqui a quatro anos.
O total de imóveis limitados pelo teto em 2014 e que pagarão aumentos consecutivos chegam a 83,4% para comerciais e 43,8% para residenciais.

A aprovação aconteceu após pressão da oposição e de vereadores da base aliada para que Haddad aceitasse mudar seu plano original --que previa tetos de reajuste de 45% (comerciais) e 30% (residenciais) tanto em 2014 como nos anos seguintes.


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