Folha de S. Paulo


Coronel da PM agredido em protesto em SP recebe alta de hospital

O coronel da PM Reynaldo Simões Rossi, que foi espancado na noite de ontem, durante um protesto na região central de São Paulo, recebeu alta do hospital neste sábado, segundo a assessoria da Polícia Militar. A corporação afirmou que ele teve a clavícula quebrada durante as agressões.

Em nota divulgada hoje, a PM afirma que o total de pessoas detidas no ato foi de 92. Na noite de ontem, eram indicados 78 detidos, sendo que um deles teria participado da agressão contra o coronel da PM e outros 77 teriam sido liberados.

A Secretaria de Segurança Pública ainda apurava o que ocorreu com os demais na manhã deste sábado, mas confirmou que um rapaz identificado como Paulo Henrique Santiago dos Santos foi indiciado sob suspeita de tentativa de homicídio do coronel da PM e está na carceragem do 2º DP (Bom Retiro).

A confusão começou por volta das 20h20 de ontem, quando os manifestantes invadiram o terminal e depredaram 18 caixas eletrônicos, dois ônibus e cinco cabines de venda de bilhete. A polícia respondeu com bombas. Telefones públicos ficaram destruídos e extintores de incêndio foram usados para quebrar vidros e cabines de venda de bilhete.

A agressão ao PM ocorreu na entrada do Terminal Dom Pedro 2º. Em meio ao tumulto, um grupo de mascarados cercou o comandante e passou a agredi-lo com socos e pontapés. Ele foi derrubado, mas conseguiu se levantar. Neste momento, um dos mascarados golpeou o policial na cabeça usando uma chapa de ferro.

O coronel foi socorrido por um policial do serviço reservado da PM, vestido como se fosse um manifestantes, que afastou os agressores com uma arma em punho. Amparado por colegas, ele andou até um carro da PM, que o levou para o Hospital Clínicas. A arma do policial foi roubada durante o ato.

Por volta das 21h, o grupo se dispersou por ruas da região, onde foram depredadas ao menos três agências bancárias, sendo elas dos bancos Safra, Santander e Itaú. A PM usava bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral.

Esse foi o terceiro ato organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) nesta semana na capital paulista. Os dois primeiros ocorreram nas regiões do Grajaú e do Campo Limpo (zona sul) e pediam melhorias no transporte local. O de ontem defendia o fim das passagens no transporte público e contra as mudanças nas linhas de ônibus.

O MPL foi o responsável pela onda de protestos ocorrida em junho e que causou a redução do preço da tarifa de ônibus em todo o país. Segundo o movimento, protestos em série ocorrem em outubro desde 2004, ano em que houve a "revolta da catraca", em Florianópolis, quando o MPL surgiu.


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