Folha de S. Paulo


Polícia identifica 20 participantes de invasão a laboratório em SP

A Polícia Civil já identificou 20 pessoas que teriam participado da invasão ao Instituto Royal, em São Roque (a 66 km de São Paulo), na última sexta-feira. Entre as pessoas que serão chamadas para prestar depoimento estão a apresentadora Luisa Mell e a atriz Nicole Puzzi.

Essas 20 pessoas foram identificadas, segundo a polícia, por meio de imagens, fotos e publicações no Facebook.

Segundo o delegado Marcelo José Carriel Antônio, da Delegacia Seccional de Sorocaba, a polícia ainda vai individualizar a ação de cada uma das pessoas que participaram da invasão para determinar quem participou efetivamente do furto e dos danos. Ao todo, 178 cães da raça Beagle foram levados do local.

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O delegado disse que 90% das pessoas que participaram da ação não moram em São Roque --seriam da capital paulista ou da Grande São Paulo-- e são de nível socioeconômico elevado. Ele afirmou ainda que, pelas imagens, a invasão contou com cerca de cem pessoas, e destacou que, mesmo se comprovado que os animais sofriam maus-tratos no local, a invasão não era justificável.

Ao todo, foram abertos cinco inquéritos pela polícia de São Roque. Um vai investigar a denúncia de maus-tratos feitas contra o instituto, um por conta da invasão de ativistas ao local (inclui o furto dos cães e os danos ao local) e outros três para apurar o protesto que terminou em confronto na frente do local.

O confronto que ocorreu durante o final de semana, na frente do instituto, terminou com quatro pessoas detidas por dano a patrimônio. Duas delas tiveram fiança estipulada e foram soltas após o pagamento do valor. As outras duas foram libertadas após conseguirem habeas corpus na Justiça.

Cinco funcionários do instituto já foram chamados para depor e deverão ser ouvidos até o início da próxima semana. Os policiais militares que acompanharam a invasão também serão ouvidos. Segundo o delegado, os PMs chegaram apenas depois da invasão, quando as pessoas já estavam dentro do laboratório.

Antônio disse ainda que as pessoas que estão com cães e não participaram do furto devem levar os animais até a delegacia mais próxima. Ele disse que é muito difícil que alguém diga que não sabia a origem dos beagles e podem responder por receptação.

INSTITUTO ROYAL

O advogado do Instituto Royal, Daniel Antonio de Souza Silva, afirmou que o local "passa por constantes vistorias e nunca foi encontrada irregularidade". Segundo ele, todas as atividades com animais desenvolvidos no instituto são regulares, certificadas e tocadas por profissionais qualificados, com ampla experiência e reconhecimento.

"O instituto é uma Oscip (Organização Social de Interesse Público) e recebe dinheiro do governo federal para desenvolver suas pesquisas e ajudar a desenvolver o país. Ele passa por constantes vistorias e nunca foi encontrada irregularidade, tem todos os alvarás e documentos para seu funcionamento".


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