Uma parte dos cães da raça beagle que foi levada por ativistas do Instituto Royal, em São Roque (a 66 km de São Paulo), deverá ser doada após ser localizada. Ao todo, 178 cães foram levados do laboratório na madrugada da última sexta-feira (18).
Segundo o instituto, os cães que antes eram usados para pesquisas farmacêuticas receberão o tratamento veterinário e não deverão voltar a passar por testes, que foram comprometidos com a exposição dos animais ao ambiente externo. Com isso, eles deverão ser dados para doação.
O laboratório não soube informar quantos dos animais levados estavam passando por testes. Até a noite desta segunda-feira apenas dois deles tinham sido localizados. Eles estão sob a "guarda" do deputado federal Ricardo Tripoli (PSDB-SP) desde a localização, no último sábado (19).
"Não tinha onde colocar esses animais. Ia colocar no CCZ (Centro de Controle de Zoonoses), ia devolver para o laboratório? Sugeri ao delegado que me colocasse como fiel depositário. E ele aceitou" contou o deputado que estava na delegacia quando os dois cães foram encontrados.
O uso de animais em pesquisas é permitido --desde que não haja maus-tratos. O Ministério Público investiga há um ano o laboratório, para verificar as condições em que os animais são mantidos. O promotor responsável diz que a investigação foi prejudicada com a invasão do laboratório.
Ativistas mantêm ainda hoje vigília na frente do laboratório. No final de semana, um protesto no local, com a participação de "black blocs" acabou em confronto e atos de vandalismo. Carros da PM e da TV TEM, afiliada da TV Globo, foram incendiados na ocasião.