Folha de S. Paulo


Governo quis desarticular o 'Ocupa Câmara' com prisões, diz ativista

Integrantes do "Ocupa Câmara" disseram nesta quarta-feira à Folha que o governo quis desarticular o movimento com as prisões de manifestantes no centro do Rio. Uma das ativistas, uma produtora de cinema conhecida como Sininho foi presa com outras 31 pessoas durante o protesto.

"Essas prisões são para desarticular o nosso movimento. Sininho foi presa pelo fato dela ter influência e participar de atividades simultâneas do grupo. É uma estratégia para assustar o movimento como um todo", afirmou Luiz Carlos, 25, conhecido como Game, amigo de Sininho, apontada pela polícia como líder do grupo.

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Por volta das 18h30, o ônibus com os manifestantes presos ainda estava estacionado no pátio da delegacia do bairro Engenho Novo, na zona norte do Rio. A previsão era que eles fossem levados para o IML (Instituto Médico Legal) para realização de corpo de delito, e, em seguida, para o presídio de Bangu 8, na zona oeste.

Sete adolescentes também aguardavam transferência para a DPCA (Delegacia de Proteção a Criança e Adolescente). Ao todo, 190 pessoas foram detidas durante os protestos de ontem na capital fluminense. Desses, 84 permanecem detidos hoje, sendo 64 adultos e 20 menores de idade.

A maioria dos presos são estudantes. Advogados da OAB, do DDH (Instituto dos Defensores de Direitos Humanos) e do PSTU disseram que devem pedir nesta quinta o relaxamento da prisão acumulado com a liberdade provisória dos detidos.

"Temos um militante do partido preso nesse bolo. Ele é carteiro e está inclusive uniformizado. Foi preso quando seguia para o metrô para ir embora com a mochila de trabalho levando marmita e documentos", disse a advogada do PSTU Isabela Blanco.


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