A Câmara de São Paulo aprovou dois projetos que entregam à iniciativa privada terrenos públicos para a construção e exploração de estacionamentos e terminais de ônibus na cidade por até 30 anos.
Os dois textos do prefeito Fernando Haddad (PT) foram aprovados em primeira votação, mas devem ir a segunda nas próximas semanas.
A aprovação faz parte de acordo feitos entre os vereadores para votar projetos urgentes do prefeito, assim como o aumento do IPTU, que foi adiado para a semana que vem. Na mesma sessão foram aprovados projetos de vereadores.
No caso dos estacionamentos, o governo pretende fazer no ano que vem a licitação para exploração das respectivas áreas, que ainda serão definidas. Iniciativas semelhantes foram apresentadas pelas gestões Gilberto Kassab (PSD) e Marta Suplicy (PT), mas não foram adiante.
O projeto vai na contramão da política de Haddad de priorização do transporte público e mais mais restrições aos carros, com a ampliação das faixas exclusivas de ônibus.
Por outro lado, a cidade não tem vagas suficientes de estacionamento. As áreas de zona azul estão saturadas e os estacionamentos estão cada vez mais caros na cidade por causa da alta demanda. Uma vaga de mensalista no centro da cidade e na região da Berrini (zona sul) chegam a custar R$ 600. As diárias chegam a R$ 30.
A gestão Haddad também dará andamento a licitações de estacionamentos na região central, projetos da gestão passada. São na Praça Roosevelt e nas áreas do Mercadão e da rua 25 de Março.
Segundo os textos, as áreas serão devolvidas à prefeitura após o fim da concessão. As empresas que entrarem no negócio terão que fazer melhorias no viário do entorno. Eventuais desapropriações de áreas paras obras viárias terão que ser pagas pelos empresários.