Folha de S. Paulo


Em protesto, grupo ocupa Câmara Municipal de Curitiba

Cerca de 40 pessoas ocupam, desde a noite desta terça-feira (15), o plenário da Câmara Municipal de Curitiba. Elas pedem a redução da tarifa de ônibus na cidade.

O grupo promete ficar no local por 24 horas ou até que o prefeito Gustavo Fruet (PDT) se manifeste a respeito das reivindicações. Segundo a Câmara, a manifestação é pacífica e não houve depredação.

Após 24 horas, manifestantes deixam a Câmara Municipal de Curitiba

O grupo faz parte da Frente de Luta pelo Transporte de Curitiba e reivindica a anulação da licitação do transporte público da cidade, sobre a qual pesam suspeitas de irregularidades, de acordo com análise da própria prefeitura e do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR).

A licitação foi feita em 2010, durante a gestão do ex-prefeito Beto Richa (PSDB), atual governador do Paraná. Há suspeitas de cartel e favorecimento de empresas que já atuavam em Curitiba. Ainda não houve, porém, nenhuma manifestação oficial do Ministério Público ou do próprio TCE recomendando a anulação do certame.

Os manifestantes invadiram o plenário durante uma sessão da CPI do transporte público, que vem sendo conduzida pelos vereadores. Foi uma "estratégia espontânea", de acordo com o grupo.

A Prefeitura de Curitiba, em nota, diz que seus objetivos são "os mesmos" dos manifestantes, mas que "decisões unilaterais, que possam resultar em passivo bilionário para o município, não serão tomadas".

"É preciso ter responsabilidade e amparo legal. A prefeitura cumprirá o que a Justiça determinar", afirma a nota.

Guardas municipais fazem a segurança do entorno do prédio. Quatro barracas foram montadas por manifestantes na calçada. Na madrugada, duas pessoas foram detidas por picharem "anti capital" e o símbolo do anarquismo num dos muros da Câmara. Elas foram liberadas logo depois.


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