Folha de S. Paulo


Florianópolis testa ônibus em que passageiro pode carregar bicicletas

Em busca de alternativas que estimulem a troca do carro pelo transporte público, Florianópolis experimenta desde o início desta semana um tipo de ônibus que permite ao passageiro carregar bicicletas.

O modelo trafega em uma das maiores linhas da cidade, entre o Centro e o Norte da Ilha, com passagem pelo campus da Universidade Federal de Santa Catarina.

Os usuários serão ouvidos até o fim de novembro para dizer o que acharam da novidade e fazer sugestões.

Construído pela Volvo e operado pela empresa Canasvieiras, o ônibus tem capacidade para 150 pessoas e três bicicletas.

O suporte para elas fica na parte traseira do coletivo. A bicicleta é transportada em pé, com as rodas coladas na traseira do ônibus, em uma posição parecida com os dos bicicletários de prédios.

Divulgação
Ônibus adaptado para fazer o transporte de bicicleta; coletivo tem capacidade para 150 pessoas e três bicicletas
Ônibus adaptado para fazer o transporte de bicicleta; coletivo tem capacidade para 150 pessoas e três bicicletas

Os passageiros-ciclistas devem entrar pela porta de trás, prender a bicicleta e ir até a frente do ônibus, onde fica o cobrador, para pagar a passagem --para os demais usuários o embarque é pela porta dianteira.

A empresa Canasvieiras informou que os testes têm mostrado que o embarque nos terminais é mais ágil e seguro que nas paradas ao longo do caminho porque, em média, são necessários quatro minutos para prender a bicicleta.

A Canasvieiras quer saber se há risco em o motorista seguir a viagem antes de a bicicleta ser presa, e quanto tempo se perderá se precisar esperar o passageiro prendê-la no suporte.

MOBILIDADE

O transporte coletivo em Florianópolis tem 170 linhas e diariamente leva 200 mil passageiros, segundo o presidente do sindicato das empresas, Valdir Gomes.

O ônibus em teste é usado por menos de 5% desse total. A capital catarinense tem 433 mil moradores, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e uma frota de 307 mil veículos, de acordo com o Departamento Estadual de Trânsito (Detrab) --média de um veículo para cada 1,4 pessoa.

Também circulam na cidade milhares de motoristas de municípios vizinhos, que nos horários de pico levam até uma hora e meia para chegar a Florianópolis.

Por dia, segundo o governo local, cerca de 180 mil motoristas cruzam as pontes Pedro Ivo Campos e Colombo Salles, os dois únicos acessos por terra à capital catarinense.

Prefeitura e governo do Estado trabalham em projetos como a reabertura da ponte Hercílio Luz, o maior cartão-postal do Estado, fechada para o tráfego desde os anos 1980.


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